Em declarações à agência Lusa, o deputado e dirigente do BE Jorge Costa antecipou mais uma edição do Fórum Socialismo, que este ano decorre, entre 31 de agosto e 02 de setembro, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria, estando previstos cerca de 50 debates.
“São três dias muito intensos, muito participados, com muitas sessões em que se pode discutir de tudo um pouco, desde os temas mais específicos até alguns técnicos a outros mais gerais, mas sempre de portas abertas”, sintetizou.
O partido faz assim convites internacionais e recebe oradores “muito para lá do BE para abrir as portas aos debates mais importantes a fazer”, sendo este ano convidados o deputado do PAN e a deputada do PS Isabel Moreira que, juntamente com o médico Bruno Maia, vão ser oradores, no sábado, num painel intitulado “Pelo direito à morte assistida”.
Já no domingo, outra deputada do PS terá intervenção num debate da rentrée do BE: Idália Serrão junta-se à parlamentar bloquista Sandra Cunha para debater “Vidas suspensas: adoção e sistema de proteção à infância”.
Outra das novidades desta edição é a participação do músico e compositor português José Mário Branco que, no domingo, antes do encerramento, vai ser orador num painel intitulado “No canto não há neutralidade”.
“Quem procurar no programa deste fórum pistas para as negociações orçamentais vai sair com conclusões muito distorcidas porque não é esse o objetivo”, respondeu, perentoriamente, Jorge Costa.
O dirigente do BE explica: “o objetivo do Socialismo é proporcionar debates que no dia a dia da política muitas vezes não temos a circunstância, o distanciamento, o tempo para fazer, debates que vão ficando secundarizados ou esquecidos”, não esquecendo “outros debates que são do centro da atividade política”.
“Há também um momento na intervenção no encerramento que é sempre virado para o momento político e para aquelas escolhas que estão na mesa em cada ano e em cada momento. Este ano não será exceção”, disse.
Jorge Costa referia-se assim ao discurso da coordenadora do BE, Catarina Martins, previsto para domingo, às 17:30, para fechar a iniciativa, que pontuará “as grandes questões da política nacional neste momento e a questão orçamental é uma delas”.
Questionado sobre se teme que o caso do ex-vereador bloquista na Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, possa ensombrar a rentrée do BE, o deputado deixou claro que o partido “não fez nenhum parêntesis na sua luta pelo direito à habitação em função dessa dificuldade”.
“Evidentemente o que se passou em Lisboa criou uma dificuldade ao Bloco e criou um constrangimento, isso é inegável. E foi por essa mesma razão que o vereador Ricardo Robles apresentou a sua demissão”, admitiu.
No entanto, Jorge Costa assegurou que “não houve um único dia em que o BE tivesse interrompido ou tivesse posto entre parêntesis a sua luta pelo direito à habitação”.
Exemplo disso, na opinião do dirigente bloquista, é o debate no Fórum Socialismo sobre “Gentrificação, resistir aos despejos — as lutas pela habitação”.
Na rentrée do ano passado, Ricardo Robles, para além de ter discursado no encerramento, juntamente com Catarina Martins, participou num painel intitulado “Cidades partilhadas, gentrificação, turistificação”, não sendo este ano orador em nenhum dos debates.
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