Questionado pelo jornal Israel Hayom sobre a sua intenção de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, vontade mencionada durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que Israel deveria ter liberdade para escolher a sua capital.
"Quando me perguntaram, durante a campanha, se eu faria isso uma vez que me tornasse presidente, eu respondia que 'sim, cabe a vocês decidirem qual é a capital de Israel, não a outras nações'", declarou numa entrevista publicada hoje, 1 de novembro, por este jornal, favorável ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
Mais tarde, Bolsonaro reiterou a vontade de proceder a esta alteração diplomática na rede social Twitter, escrevendo que "como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém" e que "Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos."
Bolsonaro, de 63 anos, venceu no domingo a segunda volta da eleição presidencial frente a Fernando Haddad após provocar indignação com comentários misóginos, homofóbicos e racistas.
Netanyahu estimou que a eleição de Bolsonaro "levaria a uma grande amizade entre (os seus) povos e ao fortalecimento das relações entre Brasil e Israel".
É muito provável que o primeiro-ministro israelita compareça à cerimónia de posse de Bolsonaro em janeiro, segundo informou à AFP um funcionário do seu gabinete.
A questão da localização das embaixadas em Israel é particularmente sensível. O Estado judeu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinianos aspiram tornar Jerusalém Oriental a capital do seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o estatuto da Cidade Santa deve ser negociado por ambas as partes e as embaixadas não devem ser estabelecidas em Jerusalém até que um acordo seja alcançado.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou, algo que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
O presidente americano Donald Trump rompeu em dezembro de 2017 com décadas de diplomacia reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel. Em resposta, Mahmud Abbas, presidente palestiniano, cortou os laços com o governo Trump.
A embaixada americana foi transferida de Telavive para Jerusalém em 14 de maio, antes da Guatemala e o Paraguai anunciarem planos para seguir Washington. Assunção voltou atrás, dizendo que manteria a sua embaixada em Telavive.
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