Segundo o The New York Times, as demissões incluem nomes de funcionários em posição de destaque na Casa Branca e membros da equipa que trabalharam na administração de Trump desde o início do mandato do presidente, em 2017.
Algumas das renúncias ocorreram apenas algumas horas depois da invasão do Capitólio — e a menos de duas semanas do término do mandato de Donald Trump.
Quem apresentou demissão?
Elaine Chao
A primeira demissão surgiu anunciada no Twitter, por parte da secretária dos Transportes. A invasão do Capitólio originou a renúncia: "perturbou-me profundamente, de uma forma que simplesmente não consigo deixar de lado", afirmou.
A demissão entra em vigor na próxima segunda-feira.
Betsy DeVos
A secretária da Educação apresentou uma carta a Trump na quinta-feira, dizendo que deixaria o cargo esta sexta.
"Não há dúvidas sobre o impacto que a sua retórica teve sobre a situação [da invasão do Capitólio], e é um ponto de inflexão para mim", escreveu.
Betsy DeVos foi o segundo membro do gabinete do presidente a apresentar a demissão. Estava no cargo desde 2017.
Tyler Goodspeed
O presidente do Conselho de Consultores Económicos da Casa Branca renunciou na quinta-feira. "Os eventos de ontem tornaram minha posição insustentável", afirmou numa entrevista ao NYT, após informar o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, quanto à sua decisão.
Sarah Matthews
A vice-secretária de imprensa da Casa Branca apresentou a sua renúncia na quarta-feira, mostrando-se "profundamente perturbada" com os recentes acontecimentos, segundo um comunicado divulgado.
Matt Pottinger
O vice-conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump, Matt Pottinger, renunciou na quarta-feira à tarde em resposta à reação de Trump face ao sucedido no Capitólio.
Estava no cargo desde 2019.
John Costello
Costello, subsecretário adjunto do departamento do Comércio e um dos oficiais de segurança cibernética mais graduados do país, renunciou na quarta-feira, afirmando que a violência no Capitólio foi o seu "ponto de ruptura".
Stephanie Grisham
A ex-secretária de imprensa da Casa Branca e chefe de gabinete de Melania Trump apresentou a sua renúncia na quarta-feira, após a violência no Capitólio. Trabalhava com a família Trump desde a campanha de 2016.
O anúncio surgiu no Twitter.
Rickie Niceta
Melania Trump escolheu Niceta, uma ex-organizadora de eventos de Washington, como sua secretária social em 2017. O anúncio da renúncia surgiu por parte de um funcionário do governo, não autorizado a identificar-se.
Mick Mulvaney
O ex-chefe de gabinete interino de Trump renunciou ao cargo de enviado especial de Trump à Irlanda do Norte. O anúncio foi feito por Mick Mulvaney numa entrevista na CNBC.
"Liguei para o secretário de Estado Mike Pompeo ontem à noite para avisá-lo que ia renunciar ao cargo. Eu não consigo fazer isto. Eu não posso ficar [no cargo]. Aqueles que optam por ficar, e eu conversei com alguns deles, tomam essa decisão porque estão preocupados que o presidente [Donald Trump] possa colocar alguém pior", afirmou o ex-chefe de gabinete da Casa Branca.
A invasão do Capitólio
Apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.
Um polícia do Capitólio que ficou ferido durante o ataque ao Congresso dos EUA morreu na quinta-feira, disseram fontes oficiais citadas pela agência de notícias Efe, elevando para cinco o número de vítimas fatais.
O Congresso acabaria por ratificar na quinta-feira a vitória de Joe Biden, na última etapa antes de ser empossado, em 20 de janeiro.
O recurso à 25.ª Emenda da Constituição para afastar Donald Trump da Casa Branca, acusado de incitar os apoiantes à invasão do Capitólio, está a ser defendido por numerosas vozes nos EUA, nomeadamente pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
Os líderes democratas querem que o vice-presidente Mike Pence afaste desta forma Trump, assumindo a presidência interina, para impedir o Presidente cessante de atuar nas duas últimas semanas do mandato.
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