“Uma delegação norte-americana virá à Turquia esta semana”, declarou à imprensa o porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, acrescentando que os responsáveis irão discutir a forma de coordenar a retirar com os homólogos turcos.
O porta-voz defendeu que a retirada norte-americana não terá impacto na luta contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico no norte da Síria.
“Não será interrompida a luta contra o Estado Islâmico. A Turquia mostrará a mesma determinação contra o Estado Islâmico. Está fora de questão abrandar a luta contra o Estado Islâmico”, declarou.
Os Estados Unidos assinaram, este domingo, a ordem para a retirada das tropas norte-americanas na Síria, um processo que o Presidente dos EUA, Donald Trump, quer “lento e altamente coordenado” com a Turquia, de acordo com o Pentágono.
Donald Trump anunciou na quarta-feira que ia ordenar a retirada dos cerca de dois mil militares destacados na Síria, que combatem ao lado da coligação árabe-curda, as Forças Democráticas Sírias (FDS), contra o grupo extremista Estado Islâmico.
O Presidente, adversário de longa data da presença norte-americana num conflito que considera dispendioso, disse que as tropas norte-americanas já não eram necessárias por considerar que a organização ‘jihadista’ foi “largamente derrotada”.
Contudo, a retirada deixará a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) sem apoio militar, já que a Turquia ameaça atacá-los, por considerar os combatentes curdos, que recebem apoio dos Estados Unidos, como terroristas.
A decisão foi criticada por numerosos especialistas, que frisam que o grupo extremista islâmico continua a controlar uma série de aldeias ao longo do rio Eufrates, no leste da Síria, onde resistem há semanas a ataques sucessivos das FDS.
Alemanha, França e Reino Unido, aliados dos Estados Unidos, já tinham manifestado a sua preocupação com o anúncio da retirada.
Por sua vez, o secretário de Defesa norte-americano, Jim Mattis, apresentou mesmo a demissão.
Mattis, talvez o mais respeitado membro do Governo de Trump em assuntos de política externa, anunciou que saía no final de fevereiro, depois de dois anos tumultuosos em que procurou moderar e conter as constantes mudanças de política por parte do Presidente.
Todavia, Trump não quer esperar tanto tempo e nomeou para o cargo, a título interino e com efeitos a partir de 01 de janeiro, Patrick Shanahan, até aqui adjunto de Jim Mattis.
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