Em declarações ao Expresso e ao Observador, para o qual assina crónicas enquanto autor convidado, Carlos Macedo e Cunha confirmou tratar-se do autor do plano de desconfinamento que começou hoje a circular nas redes sociais e no Whatsapp.
Ao início da tarde, o Governo emitiu uma nota na qual rejeitou a veracidade desse documento, que classificou de "falso", e anunciou que ia comunicar ao Ministério Público a sua difusão, considerando que essa "desinformação" gera infundadas expectativas com inerente risco para a saúde pública.
"Encontra-se a circular um documento falso que apresenta um suposto plano de desconfinamento, imputado ao Governo, o qual consiste numa adulteração abusiva da tabela de desconfinamento divulgada em abril do ano passado", refere o comunicado enviado pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa.
A nota do executivo refere-se ao calendário apresentado na conferência após reunião de Conselho de Ministros a 30 de abril de 2020, quando o Governo anunciou as medidas de desconfinamento à altura.
O consultor explicou ao Expresso que o ficheiro colocado a circular foi “partilhado num grupo fechado de amigos” e que não tinha os logotipos do Governo como veio a apresentar mais tarde. No seu entender, o documento foi "indevidamente" apropriado e adulterado por terceiros e colocado a circular.
Ao Observador — meio de comunicação com o qual começou a colaborar em maio de 2020 e para o qual já assinou várias crónicas críticas da estratégia do Governo no combate à pandemia —, Carlos Macedo e Cunha detalhou o que se passou.
Fazendo uso do template gráfico usado para o plano de desconfinamento apresentado no ano passado, o consultor partilhou o documento num grupo de discussão informal no Whatsapp com o intuito de promover a discussão e mais tarde enviar o resultado aos "grupos parlamentares, Presidente da República e primeiro-ministro”, no que classificou ser uma tentativa de "contributo".
No entanto, em declarações a este meio, o cronista admitiu não ter apagado os logotipos oficiais do Governo do template que usou quando partilhou o ficheiro no grupo de Whatsapp, mas que a versão final preparada para ser enviada à Assembleia da República já não os tinha.
"Este documento não tem qualquer veracidade, não é da autoria do Governo, nem se baseia em qualquer trabalho preparatório, pelo que às informações constantes do mesmo não deve ser atribuída qualquer credibilidade", defende o executivo, que adianta que "pela desinformação e falsas expectativas que tal documento pode gerar, com o inerente risco para a saúde pública, esta falsificação será objeto de comunicação ao Ministério Público.
Comentários