Assunção Cristas entrou no teatro lisboeta pela porta dos artistas, fez uma visita demorada pelos bastidores, plateia, sempre acompanhada por Carlos Vargas, presidente do conselho de administração do OPART, organismo de Produção Artística.

E foi no palco inclinado do teatro, inaugurado em 1793, famoso pelos seus espetáculos de ópera, que deu uma improvisada conferência de imprensa.

Como já havia anunciado no início do ano, Cristas defendeu a reversão do aumento da taxa do IVA, decidida pelo Governo PSD/CDS, durante a intervenção da “troika”, de 13% para 6%.

Escolheu o São Carlos porque é “uma casa da Cultura não só de Lisboa, mas também de todo o país”, depois de ouvir Carlos Vargas explicar, durante a visita, a experiência de levar espetáculos a vários pontos de Portugal “com interesse do público”.

“Simbolicamente, escolhemos vir aqui para reforçar este anúncio [descida do IVA] que será uma das propostas a incluir no OE” pelo CDS, disse ainda.

Quanto à meta de dotar a Cultura com 1% do Orçamento, uma reivindicação antiga de artistas e agentes da Cultura, a líder do CDS não comprometeu, usando um termo muito idêntico ao do ministro Luís Filipe Castro Mendes.

Se em junho Castro Mendes afirmou que esse é o número “para que caminhamos”, Assunção Cristas disse acreditar que “esse é um caminho que é preciso ir fazendo”, e lembrou que esse tinha sido o “valor mítico de que se fala há muito tempo”, também o objetivo de um ministro da Cultura, Lucas Pires (1944-88).

“Queremos acreditar que esse é um caminho que é preciso ir fazendo. Só com um aumento grande da riqueza produzida no país teremos capacidade de destacar 1% para a cultura, mas também ter dinheiro para as escolas, hospitais, segurança”, disse

Até sexta-feira, a líder dos centristas vai fazer várias visitas pelo país para apresentar as ideias do CDS para o próximo orçamento, que diz serem “de alternativa” ao do Governo minoritário do PS.

Na terça-feira, em Leiria, Assunção Cristas reúne-se com empresários e uma das temáticas é a política para o interior do país.