Num pingue-pongue verbal, que se prolongou por quase 20 minutos no debate quinzenal, na Assembleia da República, em Lisboa, Assunção Cristas e António Costas travaram um “duelo” verbal quer sobre a greve dos motoristas de materiais perigosos quer sobre a sustentabilidade do sistema de segurança social.
Uma e outra vez, Cristas ia questionando Costa, a começar sobre o que tinha feito o Governo para tentar antecipar o problema da greve e para resolvê-lo desde que foi feito o pré-aviso de greve, em 01 de abril.
O chefe do Governo respondeu o mesmo que ao PSD, minutos antes, afirmando que o executivo “fixou os serviços mínimos quando se constatou o incumprimento, fez o que lhe competia que é a requisição civil”, além de tentar um diálogo entre patrões e sindicatos.
Assunção Cristas disparou várias perguntas curtas, como por exemplo: “Vai ou não alargar os serviços mínimos? O reabastecimento alimentar está garantido?”
“E quando é que estamos em condições de voltar à normalidade?”, perguntou ainda, ao que António Costa não deu resposta direta, insistindo, quase sempre no mesmo tom, com a ideia de que o Governo “tudo fará para que este conflito seja ultrapassado”:
“E que decorra no estrito cumprimento da legalidade, garantindo direitos essenciais dos portugueses e do país”, disse.
António Costa, acusou Cristas, "está sempre a correr atrás do problema", como neste caso da greve dos motoristas, sem perceber que “o país não é só Lisboa e Porto e que há o resto do país que está a sofrer” com esta paralisação.
A líder centrista acusou ainda o primeiro-ministro de não conhecer “uma parte do problema”, quanto à reivindicação do acesso à reforma, ou ainda quanto atuação das forças de segurança.
E aconselhou Costa a informar-se melhor quanto a informações sobre se os trabalhadores que quiseram trabalhar “puderam fazê-lo” e não foram impedidos pelos grevistas.
Sobre o tema que o primeiro-ministro levou a debate – a sustentabilidade do sistema de segurança social – Cristas acusou o primeiro-ministro de ter uma receita: aumentar a carga fiscal.
“A carga fiscal máxima, é essa a sua marca”, afirmou a deputada e líder centrista, depois de insistir, na mesma estratégia de perguntas curtas, sobre qual a reforma para “pessoas que têm hoje 30, 40, 50 anos”.
“O senhor só sabe teoria geral. Não consegue dar uma resposta concreta”, acusou ainda Cristas, afirmando que quem está nessa situação “vai receber menos” do que o previsto quando chegar a idade de reforma.
Se Costa respondeu, uma e outra vez, com o facto de o Governo ter lançado um simulador na Internet para que “a cada momento” os cidadãos possam saber quanto vão receber, só no final deu a resposta, quando Cristas já não tinha tempo para contrapor.
Ou seja, que alguém com 40 anos tem “uma taxa de cobertura” de 70% na sua reforma.
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