Em comunicado, a CP – Comboios de Portugal afirma que a “regularidade da circulação” nesta linha vai ser retomada hoje, reconhecendo que “a capacidade oferecida tem sido insuficiente para dar resposta adequada à procura verificada em horas de ponta”.

“Na origem desta situação, estiveram os níveis elevados de imobilização de uma série de material circulante, decorrentes de necessidades de manutenção em oficina”, afirma a empresa.

O comunicado adianta que a CP e a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) “desenvolveram um planeamento de manutenção para estas unidades que vai permitir repor a normalidade do serviço e a realização de comboios com a capacidade adequada às necessidades dos clientes, já a partir do dia de hoje”.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse hoje, no parlamento, que os comboios regionais entre Lisboa e Tomar iriam voltar a circular com seis unidades triplas elétricas, depois de, na discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019, terem sido recordadas queixas dos utentes sobre as condições nas viagens neste percurso.

“Hoje mesmo estarão em circulação, voltarão a estar em circulação seis unidades triplas elétricas com prioridade exatamente para serviço a Tomar, para precisamente retomarmos a capacidade adequada de serviço”, disse o ministro.

A situação, descrita como “caótica”, tem motivado numerosas queixas de utentes nas redes sociais, em particular na página de Facebook da CP, tendo o Bloco de Esquerda e o CDS-PP questionado o Governo há uma semana sobre a redução do número de carruagens.

Segundo o deputado do BE eleito por Santarém, Carlos Matias, “de manhã, na deslocação de Tomar para Lisboa, a partir do Entroncamento, já não há lugares sentados".

"No regresso, à tarde, o cenário inverte-se: muitas vezes, em Lisboa-Oriente, centenas de passageiros não conseguem entrar em comboios que minutos antes já partiram lotados de Lisboa-Santa Apolónia”, apontou.

Também os deputados do CDS-PP Patrícia Fonseca (eleita por Santarém) e Hélder Amaral questionaram o ministro do Planeamento e das Infraestruturas sobre se “tem conhecimento do que diariamente se passa nos comboios que ligam Lisboa a Tomar e das situações amplamente denunciadas pelos utentes”.

Os deputados referiam notícias que relatam “problemas de sobrelotação, falta de condições e supressões sem aviso prévio de comboios entre Lisboa e Tomar”, bem como as “ininterruptas queixas de utentes desta linha” nas redes sociais e na própria página de Facebook da CP.