No âmbito da luta contra a pandemia de covid-19 já foram vacinados numa primeira fase 15 mil bombeiros, devendo começar a segunda fase no próximo dia 12, disse a responsável aos jornalistas no final da cerimónia de posse da nova direção da Escola Nacional de Bombeiros, em Ranholas, no concelho de Sintra.
Patrícia Gaspar assegurou que os nove mil bombeiros são os que faltam para concluir a vacinação de todos os que estão "na linha operacional" e disse que a primeira dose de vacinação já confere "um elevado grau de imunização", pelo que é com base nessa informação que o planeamento de combate aos fogos está a ser feito.
"Estamos ainda numa fase em que as vacinas estão a chegar gradualmente. Grande parte dos bombeiros já vão ser vacinados com a segunda dose a tempo do dispositivo (especial de combate aos fogos) e estou convencida que estão perfeitamente reunidas as condições de segurança exigidas para este setor e para que os bombeiros possam, em segurança, também conseguir cumprir a sua missão, à semelhança do que já foi feito no ano passado, mesmo quando ainda não havia vacinas", disse Patrícia Gaspar.
Duarte Costa, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), também presente na cerimónia, referiu que, sobre os incêndios, no ano passado foram registadas 11.440 ocorrências, o que dá um acumulado de 289.000 operacionais, e houve “zero infeções e zero surtos” de pandemia de covid-19 por causa dos incêndios.
O responsável adiantou que está a ser finalizado o dispositivo de combate aos incêndios deste ano, que deve ficar “fechado” entre os dias 19 e 23 de abril. “Estamos fundamentalmente a trabalhar as áreas da prevenção”, mas também da utilização de meios aéreos e de atualização de pré-posicionamento, disse.
A nova direção da Escola Nacional de Bombeiros hoje empossada é presidida por Vítor Reis. Na sequência de uma resolução do Governo de fazer uma reforma do modelo de ensino e formação em proteção civil está a ser feito um estudo para um novo modelo de formação para a escola.
“A ideia é abrir o ensino na área dos bombeiros e da proteção civil a este que é o novo paradigma, temos hoje um mundo diferente do que era há 10 ou 20 anos, com novas exigências, com emergências cada vez mais complexas, e, portanto, é preciso trabalhar cada vez mis em rede, qualificar mais os agentes de todo o ciclo da proteção civil”, disse a propósito a secretária de Estado.
As futuras mudanças foram um dos temas dos discursos da cerimónia que empossou Vítor Reis, que substituiu José Ferreira, presidente da direção da escola nos últimos oito anos.
Vítor Reis disse que terá três grandes prioridades para os próximos tempos, que são garantir que todos os bombeiros, profissionais e voluntários, estejam devidamente qualificados para o exercício dessa função, reforçar o papel da escola na formação dos diferentes agentes que integram o sistema de proteção civil, e manter a responsabilidade social na formação de cidadãos e colaboradores de entidades públicas e privadas que recorrem à escola.
A Escola Nacional de Bombeiros é uma associação privada sem fins lucrativos e tem como associados a ANEPC e a Liga dos Bombeiros Portugueses, sendo reconhecida como autoridade pedagógica na formação técnica dos bombeiros portugueses e demais agentes de proteção e socorro. Foi criada em 1995 e ministra cursos como combate a Incêndios Rurais, Organização e Gestão de Operações, Emergência Pré-hospitalar, Salvamento e Desencarceramento, ou Acidentes com Matérias Perigosas.
(Notícia atualizada às 20h54)
Comentários