Segundo fonte oficial da transportadora, “todos os voos estão sujeitos a autorizações”, sendo que se estas não forem concedidas podem mesmo ser cancelados.
Assim, a partir desta quarta-feira, a companhia aérea de bandeira irá apenas operar dois voos por semana entre Lisboa e Funchal, igual número de ligações entre a capital e Ponta Delgada e um voo semanal de Lisboa para a Terceira.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) informou na segunda-feira os seus associados de que a TAP, "devido ao cancelamento de todos os seus voos para o mês de abril, pretende colocar em regime de 'lay-off' os seus pilotos".
Num comunicado a que a Lusa teve acesso, depois da reunião com o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da transportadora, a direção do SPAC diz aos associados que "a TAP informou que, devido ao cancelamento de todos os seus voos para o mês de abril, pretende colocar em regime de 'lay-off' os seus pilotos, sem concretizar as medidas, que ainda estão em análise".
"A TAP ficou de o fazer muito rapidamente", refere no mesmo comunicado.
De acordo com outras fontes sindicais, que também se reuniram com o Conselho de Administração, liderado por Miguel Frasquilho, e com a Comissão Executiva, encabeçada por Antonoaldo Neves, a TAP comprometeu-se a comunicar aos trabalhadores as medidas a adotar face ao impacto da covid-19 nos próximos dois dias.
A intenção é que as medidas de redução de custos entrem em vigor em abril, adiantaram à Lusa fontes sindicais.
Na comunicação aos seus associados, o Sindicato dos Técnicos de Manutenção e Aeronaves (Sitema) precisava que Antonoaldo Neves anunciou "a suspensão de todos os voos TAP a partir de 01 de abril (mesmo Açores e Madeira está condicionado às autorizações)", ficando "só em aberto a execução de voos para missões específicas".
"David Pedrosa [administrador da TAP] afirmou que se encontra neste momento em estudo a definição do modelo a ser adotado pela TAP, este modelo está a ser negociado entre a TAP e o Governo e deverá estar concluído no espaço de 48 horas", detalha o Sitema no documento a que a Lusa teve acesso.
Hoje os sindicatos representantes dos trabalhadores da aviação, num comunicado conjunto, anunciaram que o Governo entende que a TAP "precisa de uma forte recapitalização e que existe disposição para a realizar".
Aos sindicatos foi "informado que a TAP será incluída no pacote de ajudas da União Europeia às companhias aéreas, e que está assumido também pelo Governo que a TAP SGPS precisa de uma forte recapitalização, e que existe disposição para a realizar", lê-se num comunicado conjunto do Sindicato dos Trabalhadores e Aviação (SITAVA), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA).
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