O relatório do estado de emergência referente ao período de 01 a 15 de abril, hoje entregue no parlamento, dá conta de informação partilhada pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo com a Administração Regional de Saúde do Alentejo sobre os “fluxos esperados de trabalhadores e relação com colheitas agrícolas nos próximos meses”, em que é solicitado “a preparação de medidas preventivas e de testagem”.
O documento feito pela estrutura de monitorização do estado de emergência, coordenada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, refere que foi feita uma “campanha de testagem massiva” no concelho de Odemira junto das empresas agrícolas e que contou com o apoio de tradutores e interpretes.
Numa segunda fase, o plano de testagem desenhado pela saúde pública realizou-se no centro de testagem em Odemira, criado em abril, que permitiu o alargamento a toda a população e empresas, indica o relatório do Governo.
O documento salienta também que foi “acompanhada com proximidade a necessidade de espaços para confinamento dos casos positivos detetados e sem condições para isolamento nas próprias residências”.
O relatório do estado de emergência refere ainda que está a ser feito um levantamento da população migrante que reside e trabalha no concelho de Odemira.
Depois de ter sido referido à tutela das migrações no âmbito dos Censos 2021 que não estavam traduzidos os documentos a serem entregues e que era importante a readaptação dos inquéritos para aquelas comunidades, os questionários foram traduzidos pela equipa do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) para 11 línguas, segundo o documento.
Os questionários em 11 línguas foram disponibilizados às comunidades e estão também disponíveis no site do Instituto Nacional de Estatística.
No final da semana passada, o Governo decretou uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola.
Os casos de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura denunciaram as condições desumanas em que vivem, tendo sido noticiado que estão em curso investigações por parte das autoridades pelos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal.
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