Em declarações aos jornalistas, no final da reunião de peritos para fazer o ponto da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, em Lisboa, o secretário-geral adjunto do PS afirmou que “há duas mensagens-chave a reter desta reunião, em primeiro lugar serenidade e por outro lado vigilância”.
“Serenidade porque todas a intervenções foram no sentido de sinalizar e sublinhar o facto de não estarmos a enfrentar uma situação de alarme em relação à pandemia. Houve aliás várias intervenções que sugeriram uma certa tendência de normalização e de estabilização da pandemia, no conjunto também de outras infeções de natureza respiratória que são tipicamente mais comuns nos períodos de outono e também de inverno”, defendeu, afirmando no entanto que os portugueses se devem “manter alerta” e “não baixar a guarda em relação a essa vigilância que deve ser feita”.
Na ocasião, João Torres apelou à população para que continue a vacinar-se contra a covid-19 pois é “a arma mais eficaz até ao momento”, apontando as estimativas apresentadas “de 12 mil vidas humanas salvas pela vacinação”.
Pelo PSD, o vice-presidente do grupo parlamentar Ricardo Baptista Leite considerou existir “uma forte preocupação, que sai reforçada desta reunião, com o inverno e o que será a onda de infeções respiratórias que colocarão uma pressão enorme sobre o Serviço Nacional de Saúde [SNS], que já tem os serviços de urgência sobre enorme tensão por falta de profissionais e dificuldade de organização”.
Batista Leite defendeu que “o plano de contingência para o outono/inverno [...] já devia estar em vigor”, apelando o Governo para que, “sem tabus ideológicos, utilize o sistema como um todo” e manifestando preocupação que “este aumento de mortalidade" esteja "muito relacionado com uma cada vez maior dificuldade no acesso atempado a cuidados de saúde”.
O deputado do PSD defendeu ainda que a “vacinação é crítica” e deve ser acelerada, criticando que o processo está a decorrer de forma “muito lenta”.
Pelo Chega, o deputado Pedro Frazão considerou que “a vacinação desempenhou um papel importante, como representa a autorresponsabilidade e a liberdade dos portugueses tomarem as medidas que acharem por convenientes para se prevenirem da covid-19 e das outras infeções respiratórias que muito estão a fazer pressão sobre o SNS”.
Isabel Mendes Lopes, do Livre, defendeu “a importância da vacinação” e disse que a covid-19 se está a “transformar numa doença mais comum” e deve “ser encarada no quadro das infeções respiratórias”.
Já em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, uma vez que alguns partidos assistiram remotamente à reunião, o líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, afirmou que “não existiram grandes sinais de alerta, comprovou-se que a covid está a seguir a linha de outras infeções respiratórias e começa a ser considerada e gerida, quer por responsáveis políticos, quer por responsáveis médicos, dessa forma”.
Rodrigo Saraiva destacou igualmente que houve um “foco na responsabilidade individual das pessoas, que foi sempre um pedido, um alerta que a IL fez ao longo da gestão da covid”.
Também no parlamento, o deputado Moisés Ferreira, do BE, defendeu que seria “importante que quem está doente seja por covid ou outras doenças pudesse ter acesso a testes gratuitos e baixa a 100%” e acusou o ministro da Saúde de estar “em negação em relação à situação difícil que os hospitais do SNS estão a passar”.
Na reunião para acompanhar a situação epidemiológica da covid-19 (que já não acontecia desde fevereiro) participaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da República, Augusto Santos Silva e o primeiro-ministro, António Costa. Também o presidente do PSD, Luís Montenegro, esteve presente pela primeira vez.
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