A bordo vão viajar cerca de 220 portugueses, segundo dados fornecidos à Lusa pela Embaixada de Portugal em Díli, devendo os restantes lugares no avião, até cerca de 240, ser ocupados por outros europeus que pretendam aproveitar a viagem.
Grande parte dos passageiros são docentes portugueses que estavam a lecionar em vários pontos de Timor-Leste e que até ao final do dia de hoje chegam a Díli, onde pernoitam antes da viagem para Portugal.
Em comunicado enviado à Lusa, a EAA explica que o avião que vai ser usado – e que partiu do Aeroporto Internacional Humberto Delgado às 16:30 de quinta-feira – deve chegar nas próximas horas ao Aeroporto Internacional de U-Tapao-Rayong-Pattaya, na Tailândia.
Comandado pelo piloto-chefe Mário Alvim, o avião parte cerca de 12 horas depois num voo direto entre este aeroporto civil e militar – que serve as cidades de Rayong e Pattaya e é um 'hub' para voos 'charter' – e o Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, onde é esperado ao início da manhã de sábado, madrugada em Lisboa.
A EAA prevê que em Díli o Boeing 737 permaneça cerca de 90 minutos antes de partir para Portugal, fazendo escalas na Tailândia e no Aeroporto Internacional de Tbilissi antes de chegar a Lisboa, onde é esperado às 21:30 de sábado.
É a terceira vez que a EAA opera voos entre Lisboa e Díli, depois de em 2008 e 2012 ter transportado militares portugueses para a capital timorense.
Em 2008 transportou num Lockheed L1011 para o Aeroporto de Baucau (a 120 quilómetros de Díli), uma força militar da Guarda Nacional Republicana, numa altura em que o atual primeiro-ministro, António Cost,a era ministro da Administração Interna.
“Tratava-se de uma pista pouco utilizada desde os tempos coloniais, tendo os pilotos da EAA apenas recebido ajudas de comunicações da torre do Aeroporto de Díli e de dois helicópteros, um Black Hawk australiano e um MI-8 das Nações Unidas”, referiu a EAA, recordando o voo para Bacau.
A EAA notou que o aeroporto em Díli “está habituado a receber aviões de médio curso”, tendo “condições técnico operacionais adversas para avião de longo raio [de ação]”, beneficiando de uma pista com elevação superior a sete metros e com um comprimento de 1.849 metros.
Tem “condições muito difíceis de operação em dias de chuvas fortes, mais adversas quando se trata de uma aeronave de longo raio de ação”.
Apesar de ser uma “operação complexa”, a EAA diz estar “totalmente confiante no êxito desta nova missão ao serviço de Portugal”, com experiência em navegação no país.
Na sequência da crise provocada pela covid-19, a EAA já efetuou voos de repatriamento a partir do Japão de cidadãos canadianos que se encontravam no navio de cruzeiro Diamond Princess, de Angola para Portugal, Estados Unidos e Reino Unido.
A partir de Lisboa transportou para o reino Unido passageiros do navio da MSC Fantasy atracado na capital, realizou repatriamentos da Guiné-Bissau para Portugal, voou entre Washington (EUA) e Bratislava, com cidadãos eslovacos e húngaros.
A empresa tem estado igualmente envolvida no transporte de carga, com destaque para material sanitário, e estão a ser preparados novos voos de repatriamento, “alguns oriundos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)”, refere-se no comunicado.
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