Falando em conferência de imprensa ‘online’ a partir de Genebra o responsável disse que tal permite agora que as vacinas sejam lançadas a nível mundial através do Covax, o mecanismo que a OMS criou para uma distribuição equitativa de vacinas para combater o novo coronavírus.
O diretor-geral especificou que uma das vacinas é produzida na Coreia do Sul pela SkBio e a outra na Índia, pelo Serum Institute.
As duas empresas, disse, estão a produzir a mesma vacina, mas como são feitas em locais diferentes foram necessárias duas revisões e aprovações.
Tedros Adhanom Ghebreyesus enfatizou que o processo foi concluído em menos de um mês, desde que a OMS recebeu os dossiers completos dos fabricantes, e explicou que as duas vacinas se juntam a outra que já tinha sido aprovada, da Pfizer-BioNTech.
“Dispomos agora de todas as peças para a rápida distribuição de vacinas. Mas ainda precisamos de aumentar a produção”, disse na conferência de imprensa, quando salientou também que, pela quinta semana consecutiva, o número de casos de covid-19 a nível mundial está a diminuir, com a semana passada a registar o número mais baixo de novas infeções desde outubro de 2020.
Até agora, explicou, o número de casos comunicados semanalmente diminuiu quase para metade, de mais de cinco milhões de casos na semana que começou a 04 de janeiro para 2,6 milhões de casos na semana com início a 08 de fevereiro.
Tal demonstra que na pandemia de covid-19 as medidas simples de saúde pública funcionam, mesmo na presença de variantes do vírus, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantando que o importante agora é a forma como os países respondem a esta tendência, porque “o incêndio não está apagado, apenas o seu tamanho foi reduzido”.
Importante é nomeadamente “garantir a implementação rápida e equitativa das vacinas a nível mundial”, um custo marginal se comparado com o que foi gasto para apoiar as economias, salientou o responsável máximo da OMS.
Na conferência de imprensa não foi dada uma data precisa para o início da distribuição das vacinas através do mecanismo COVAX. Mariângela Simão, vice-diretora da OMS, disse que seria ainda este mês e que espera que seja “na semana que vem”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus falou ainda da importância de combater a desinformação sobre a pandemia, mas questionado pelos jornalistas negou que se estivesse a referir a notícias que têm surgido sobre a delegação da OMS que esteve recentemente na China, explicando que falou do assunto na conferência de imprensa porque precisamente há um ano alertou para a necessidade de combater a pandemia mas também a infodemia.
No sábado os Estados Unidos manifestaram grande preocupação com os primeiros resultados da investigação da OMS na China sobre a origem do vírus e pediram a Pequim para fornecer mais informações.
Maria Van Kerkhove, do Programa de Emergência e Saúde da OMS, explicou hoje na conferência de imprensa que ainda não há um relatório e que os membros da missão estão a trabalhar num documento preliminar que será em breve divulgado e que será feita uma conferência de imprensa.
Peter Ben Embarek, o chefe da delegação da OMS que esteve em Wuhan, na China, onde foram detetados os primeiros casos, disse também que esse trabalho está a ser feito.
Diretamente questionado sobre a possibilidade de o coronavírus ser o resultado de um “acidente num laboratório” o responsável, que participou na conferência de imprensa, disse que nenhuma hipótese foi considerada impossível, mas que “acidente de laboratório é pouco provável”.
Certo é que, disse também, havia já circulação do vírus na cidade de Wuhan em dezembro de 2019.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.400.543 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.411 pessoas dos 787.059 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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