“O impacto nos internamentos apresenta uma tendência decrescente, bem como a mortalidade específica por covid-19. É expectável a manutenção da diminuição da procura de cuidados de saúde”, refere o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) hoje divulgado.

A DGS e o INSA salientam que, apesar da melhoria dos indicadores da pandemia nas últimas semanas, a incidência ainda se apresenta “muito elevada”, recomendando que se mantenham as medidas de proteção individual, a vacinação de reforço e a comunicação dessas medidas à população.

Quanto à ocupação hospitalar devido à covid-19, os 1.029 internados na segunda-feira representavam menos 10% do que os hospitalizados no mesmo dia da semana anterior, avança o relatório.

Uma diminuição que se verificou também nos cuidados intensivos, com os 49 doentes nessas unidades a corresponderem a 19,2% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, face aos 22,4% da semana anterior.

Já a mortalidade por covid-19 estava nos 23,5 óbitos a 14 dias por um milhão de habitantes, um indicador que tem vindo a baixar nas últimas semanas, mas que ainda está num valor superior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) para a covid-19.

O documento refere que, na última semana, verificou-se um excesso de mortalidade por todas as causas, em parte associado à covid-19, recordando que Portugal tem estado sujeito a temperaturas máximas muito elevadas, que também têm efeito na mortalidade geral.

Na terça-feira, a DGS avançou que Portugal registou um excesso de mortalidade entre 07 e 18 de julho correspondente a 1.063 mortes, atribuídas às temperaturas extremas que se verificaram no continente.

De acordo com o relatório, a incidência de novas infeções por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulada nos últimos sete dias, foi de 349 casos, e o índice de transmissibilidade (Rt) apresentou um valor inferior a 1 a nível nacional e em todas as regiões.

A percentagem de testes positivos para SARS-CoV-2, entre 12 a 18 de julho, foi de 29,4%, período em que se verificou uma redução do número de despistes do vírus, que passaram de cerca de 138 mil para 120 mil.

A DGS e o INSA, que atualizaram os dados sobre internamentos por estado vacinal, indicam que, entre 01 e 31 de maio, as “pessoas com idade igual ou superior a 50 anos com um esquema vacinal completo parecem apresentar um risco de internamento semelhante ao das pessoas sem um esquema vacinal completo”, o que vem reforçar a recomendação da dose de reforço nos grupos etários mais velhos.

Já nos idosos com 80 e mais anos, a segunda dose de reforço reduz o risco de morte por covid-19 em quatro vezes em relação a quem tem o esquema vacinal completo e em sete vezes em relação aos não vacinados ou com esquema incompleto.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, Portugal já registou 5.301.167 casos de infeção, 338.018 dos quais suspeitas de reinfeção, que perfazem 6,4% do total de contágios.