O Governo anunciou na sexta-feira as medidas a adotar nas praias durante a época balnear, no âmbito do plano de desconfinamento, e que incluem, entre outras medidas, a limitação da lotação de bares e restaurantes a 50%, bem como uma possível reorganização das esplanadas para assegurar a distância de segurança.
A distância física entre os utentes deve ser de 1,5 metros e entre chapéus de sol, toldos ou colmos de 3 metros.
João Carreira, presidente da Federação Portuguesa dos Concessionários de Praia, diz que “há uma série de concessionárias que não vão ter condições de abrir, mais até no norte”, mas assegura que vão cumprir as regras emitidas.
Esta é a principal preocupação do representante dos concessionários, já que naquilo que diz respeito aos distanciamentos mínimos obrigatórios, acredita que “as coisas vão correr bem”, porque “os próprios utentes já têm essa noção”.
O responsável reconhece que é um “ano atípico” e assegura que os “concessionários estão no terreno querem ajudar”, mas apela à ajuda de todas as entidades competentes.
“Há zonas do país que vão ter problemas, porque há concessionários com apoios mínimos que não vão abrir”.
Alguns trabalhavam essencialmente com excursões, grupos de escolas ou colónias de férias, o que este ano não vai poder acontecer, outros confrontam-se com a possibilidade de ver o seu espaço reduzido a duas ou três mesas, devido à ocupação do espaço estar reduzida a 50%, “o que não é viável para o seu funcionamento porque as despesas são enormes”.
Além disso, há todos aqueles que, devido à idade avançada que têm ou debilidades de saúde, têm receio e já fizeram saber que não vão abrir.
“Isso também se vai refletir no emprego, vamos dar emprego a muito menos gente no litoral”, alertou.
Outro problema apontado por João Carreira é o da falta de nadadores salvadores, e o presidente da federação de concessionários está a contar com a ajuda das autarquias, da Agência Portuguesa do Ambiente e do Instituto de Socorros a Náufragos para “resolver esta situação da segurança nas praias”.
A situação “não está muito simpática, porque havia muitos nadadores salvadores brasileiros, e de outros países, argentinos também, que vinham ajudar nos quantitativos dos planos integrados, coisa que não aconteceu este ano” devido à covid-19.
“O que sugerimos é que fossem as autarquias a contratar os nadadores salvadores. Nós montávamos todos os postos de praia, de primeiros socorros e fazíamos parte da solução, mas a responsabilidade da contratação dos nadares salvadores, quanto a nós, deveria, visto ser um ano atípico, passar pelas autarquias e autoridades marítimas”, acrescentou.
Portugal regista hoje 1.203 mortes relacionadas com a covid-19, mais 13 do que na sexta-feira, e 28.810 infetados, mais 227, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou na sexta-feira novas medidas que entram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios. O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura das praias para 06 de junho.
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