A posição surge num comunicado divulgado na sequência de uma reunião da direção e da Comissão Especializada do Turismo da CCIPD onde foi feita a análise da situação do setor e sobre “a conjuntura atual e as novas projeções da Comissão Europeia, que revê em baixa as previsões para a economia portuguesa (recessão de 9,8%), assim como o contexto da aviação civil".

"É manifestada preocupação com as falhas inexplicáveis e inaceitáveis na comunicação do resultado dos testes de despistagem da covid-19 realizados na chegada de passageiros provenientes do exterior, situação geradora de contínuas notícias a nível nacional, que estão a bloquear totalmente qualquer procura externa e naturalmente a manchar a notoriedade dos Açores, dada a inconsistência dos procedimentos, designadamente no incumprimento do prazo estabelecido na entrega dos resultados dos testes", aponta do comunicado.

Desde 01 de julho que é possível realizar no continente testes de diagnóstico à covid-19 para quem pretende viajar para os Açores (onde também é possível fazer o teste à chegada).

Para tal, o executivo açoriano alargou ao continente “a rede de laboratórios de análises de despiste da covid-19, através de convenções com laboratórios privados e do setor social, agilizando, também por esta via, os procedimentos para quem pretende viajar”.

Recentemente, a secretária regional da Saúde referiu que os passageiros com destino aos Açores já estão a fazer os testes ao coronavírus no continente e que o Governo Regional vai informatizar a informação antes do voo.

Segundo Teresa Machado Luciano, estão a ser realizados testes aos passageiros com destino aos Açores “em 150 postos de colheita de amostra biológica, do Algarve ao Minho”.

O intuito da digitalização é agilizar o processo, que “foi implementado com sucesso e em tempo recorde”, sublinhou a governante, afirmando que esta é “uma solução proveitosa, quer para os turistas, quer para os residentes”.

Na terça-feira, no plenário regional, a oposição criticou a demora na divulgação dos resultados dos testes de quem chega ao arquipélago, referindo que, apesar do anúncio do executivo sobre um prazo de até 12 horas, há quem espere dois ou três dias.

Na resposta, Teresa Luciano lembrou que já se realizaram milhares de testes à covid-19 aos passageiros que chegaram aos Açores e que é provável que exista algum atraso na sua divulgação.

"O número de testes a passageiros que entraram na região, entre 15 de junho e 04 de julho, foi de 6.825", explicou a governante, adiantando que "2.328 trouxeram testes da origem e 4.497 foram feitos nas cinco portas de entrada na região, até ao momento".

No comunicado divulgado hoje, a CCIPD assinala ainda que a "total falta de retoma da atividade turística é um aspeto gerador de profunda preocupação", tendo em conta "a ocorrência continuada de cancelamentos nos diversos segmentos do turismo" e de "não surgirem novas reservas em número significativo".

"As medidas públicas entretanto delineadas para minorarem os impactos da pandemia, apesar de importantes, revelam-se claramente insuficientes para evitar o colapso iminente e generalizado do setor, com a perda alargada de capacidade produtiva e também de milhares de postos de trabalho, por via de falências que se perspetivam", sustenta a Câmara do Comércio.

A ilha de Santa Maria, alerta, "está a ser particularmente penalizada pela conjuntura atual, com a agravante da falta da operação marítima de verão".

A direção e a Comissão Especializada do Turismo da CCIPD defenderam "o lançamento de um programa de ligações aéreas de baixo custo para aquela ilha, de forma a compensar as cerca de 10.300 viagens de barco que não serão realizadas, tendo em consideração os números da operação de 2019".