"Estamos a fazer o dever de casa", disse Bolsonaro numa breve conversa com um pequeno grupo de apoiantes, aos quais garantiu que o Brasil é "um dos países que mais vacina" no mundo, apesar de até agora apenas cerca de 3% da população, de 212 milhões de habitantes, ter sido imunizada.
“Mas para a imprensa o vírus sou eu”, disse, em tom de queixa, num momento em que todos os especialistas em saúde afirmam que este é o pior momento da crise no Brasil, um dos três países do mundo mais afetados pela pandemia, e que registou na terça-feira 1.641 mortes, um novo recorde diário de óbitos.
Além disso, os hospitais em quase todo o país chegaram a um nível de colapso nos últimos dias, a tal ponto que alguns estados, como Santa Catarina, um dos mais prósperos do país, tiveram que transferir dezenas de pacientes para outras regiões diante da falta de camas de cuidados intensivos.
Apesar do agravamento da pandemia, Bolsonaro tem criticado as medidas de isolamento social decretadas por vários governadores e prefeitos, tem questionado a eficácia do uso de máscaras para evitar a propagação do vírus e das próprias vacinas, consolidando o seu posicionamento negacionista em relação à gravidade da pandemia.
O Brasil, como muitos países do mundo, enfrenta sérios problemas de acesso às vacinas, das quais só adquiriu, até agora, a produzida pelo laboratório chinês Sinovac e a desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.
Porém, essas vacinas chegam a conta-gotas e a aposta do Governo está na produção local de ambos os antídotos, que, segundo já admitiram o Instituto Butantan de São Paulo e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), associados, respetivamente, à Sinovac e à AstraZeneca, só começará de forma massiva no final deste ano.
O país sul-americano lida ainda com a nova estirpe detetada no Amazonas (P.1), que já se espalhou pelo território nacional e que, segundo o próprio Ministério da Saúde brasileiro, é pelo menos "três vezes mais contagiosa" do que a original.
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