As medidas entram em vigor hoje na Argentina, na Colômbia e no Peru, e na terça-feira no Chile.
"O Governo Nacional decidiu a suspensão preventiva das entradas e das saídas dos voos com a Grã-Bretanha, à raiz da situação epidemiológica que esse país regista, após declarar a aparição de uma nova estirpe de covid-19", anunciou a Presidência da Argentina numa nota.
A exceção, esclarece o executivo, é o voo 245 da companhia British Airways, previsto para chegar a Buenos Aires às 09:02 de hoje (12:02 em Lisboa). O voo já estava em pleno processo operacional em Londres quando a decisão argentina foi anunciada, de madrugada.
"Os passageiros e a tripulação deverão cumprir uma quarentena de sete dias, depois de atenderem aos requisitos exigidos para a entrada no país: um exame de PCR negativo e uma cobertura médica contra covid", destaca a nota.
Para a quarentena, o Governo argentino montou uma operação especial para controlar a chegada dos passageiros e da tripulação do voo, assim como a deslocação aos lugares onde ficarão isolados.
"O Departamento Nacional de Migrações avisará as jurisdições nas quais passageiros e tripulantes ficarão para o estrito controlo do isolamento obrigatório", explica.
A cidade de Buenos Aires, depois de meses em queda de contágios, voltou a registar um ligeiro aumento que, segundo as autoridades, não significa uma nova curva de contágios.
Para o anúncio de suspensão dos voos da Colômbia com o Reino Unido, o próprio Presidente, Iván Duque, falou à população e foi ainda mais abrangente do que a Argentina: qualquer passageiro que tenha estado no Reino Unido e que tenha entrado na Colômbia nos últimos oito dias ficará em isolamento por duas semanas.
"Essas pessoas serão notificadas, a partir da informação migratória que possuímos. Peço-lhes que, ao receberem esta informação, entendam a importância de ficar em isolamento por 14 dias", frisou o Presidente, acrescentando que aqueles que tenham estado no Reino Unido até entre há nove e 14 dias serão contactados para um seguimento sobre algum sintoma.
"Estas medidas são uma prevenção. Não são para gerar nem pânico nem uma preocupação", insistiu Iván Duque.
O Chile também anunciou a suspensão dos voos diretos, mas a partir desta terça-feira (22). Além disso, qualquer estrangeiro não-residente que tenha estado no Reino Unido nas últimas duas semanas será proibido de entrar no país, venha o voo de onde vier.
Aqueles que já entraram no Chile, mas que estiveram no Reino Unido nas últimas duas semanas, serão obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias.
O Chile vivia uma contínua queda de contágios até que um novo aumento de casos foi detetado há duas semanas, quando a região metropolitana de Santiago voltou à quarentena durante os fins de semana.
O Peru também fechou a fronteira aérea com o Reino Unido.
"Como medida preventiva, não autorizaremos voos diretos ou com escala no Reino Unido até novo aviso", informou o Ministério dos Transportes e Comunicações.
O Peru tinha restabelecido a chegada de voos originários da Europa em 15 de dezembro, mas nenhum procedente do Reino Unido, sublinhou o Governo peruano.
As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas
Os 27 países da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, ao mais alto nível político, para coordenar respostas à nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido, numa reunião de emergência convocada pela presidência alemã do Conselho.
Da reunião deverá resultar uma abordagem coordenada à nova variante do coronavírus que provoca a covid-19, numa altura em que os Estados-membros equacionam medidas como a suspensão de viagens com o Reino Unido ou a introdução da obrigatoriedade de realização de testes para quem chega do país.
Alguns países já anunciaram medidas, entre os quais Portugal, que decretou, a partir de hoje, restrições à entrada de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, permitindo apenas a entrada de cidadãos nacionais ou legalmente residentes no país
Outros Estados-membros como Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, Áustria, França e Bulgária adotaram medidas restritivas semelhantes, como suspensão de viagens aéreas ou ferroviárias.
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