“A região tem tomado decisões por si e se for necessário tomará, entendendo nesta fase que ainda não há motivo que justifique algo que altere a vida das pessoas, a não ser aquilo que voltamos a recomendar: vacinação, vacinação, vacinação, algum cuidado nos contactos e sobretudo na identificação de algum sintoma”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o titular da pasta da Saúde nos Açores.
Clélio Meneses falava, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com o conselho de administração do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT).
Nos últimos dias, o número de novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, registou um crescimento nos Açores.
Entre terça-feira e hoje foram contabilizados 121 novos casos, quase tantos como os registados na semana passada (de 08 a 14 de novembro): 134.
O governante disse que a tutela está a “avaliar a situação”, mas considerou o aumento de casos “normal”.
“Decorre da inexistência de medidas restritivas, decorre de chegarmos ao período de inverno. Tudo isso leva a que naturalmente haja uma maior incidência de casos, como existe noutras patologias e como está a acontecer, de resto, em todo o mundo”, apontou.
Para já não estão previstas novas medidas restritivas, mas, consoante a avaliação epidemiológica, o secretário regional da Saúde admitiu retomar a obrigatoriedade de uso de máscara em alguns espaços e reforçar os rastreios.
“O que se pondera é que haja um alargamento do uso de máscaras a outros espaços e também alargamento de rastreios em algumas circunstâncias, em algumas situações, em termos de locais, de estabelecimentos, sobretudo ao nível daquilo que são as populações mais vulneráveis: lares, estabelecimentos de saúde e estabelecimentos de educação”, revelou.
Clélio Meneses admitiu, no entanto, que algumas medidas, como a obrigatoriedade de uso de máscara, “dependem de deliberação da Assembleia da República”.
Ressalvando que a evolução da pandemia nem sempre é “previsível”, o titular da pasta da Saúde afastou para já um cenário de implementação de medidas de confinamento mais restritivas.
“Neste momento, não nos parece que num curto espaço de tempo haja necessidade de uma restrição deste nível”, afirmou.
Apesar do aumento do número de casos, Clélio Meneses considerou que a situação epidemiológica na região não é alarmante.
“Os próprios internamentos não cresceram de forma exponencial. Temos tido entre dois e seis internamentos nos últimos dias, nenhum deles em cuidados intensivos. Isso para nós é que é relevante. Não há um impacto severo na vida e na saúde das pessoas do aumento da incidência de casos”, frisou.
Questionado sobre a vacinação da dose de reforço contra a covid-19 em maiores de 65 anos, o governante admitiu que se têm registado algumas recusas, mas apelou à adesão dos mais vulneráveis.
“Há ilhas onde decorre com maior rapidez do que noutras. Já ultrapassámos 7.000 pessoas com a terceira dose e é mais um passo de reforço de proteção das pessoas. Há pessoas que levaram as duas doses e não aceitam levar a terceira, no entanto, é importante que, sobretudo os mais vulneráveis, aceitem esse reforço, porque garante a sua saúde”, sublinhou.
Os Açores têm atualmente 294 casos de infeção ativos, sendo 236 em São Miguel, 18 em São Jorge, 18 na Graciosa, nove no Faial, sete na Terceira e seis no Pico.
Estão internados com covid-19 sete doentes, todos no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, sendo que nenhum se encontra em Unidade de Cuidados Intensivos.
Até 11 de novembro, tinham vacinação completa contra a covid-19 na região 195.283 pessoas, o equivalente a 82,5% da população.
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