Esta posição do primeiro-ministro de Portugal, país que detém a presidência do Conselho da União Europeia até junho, foi transmitida através da sua conta pessoal na rede social Twitter, após ter recebido em São Bento Svetlana Tikhanouskaia.
"Recebi hoje Svetlana Tsihanouskaya. Assegurei-lhe que Portugal apoia o direito da população da Bielorrússia de manifestar-se de forma pacífica e de decidir o seu futuro em eleições livres e justas", escreveu o líder do executivo português.
Na sua mensagem, António Costa refere ainda que "a democracia e o Estado de Direito estão no centro dos valores europeus".
A líder da oposição na Bielorrússia iniciou na quinta-feira uma visita a Portugal, que se prolonga até domingo, reunindo-se, além de António Costa, com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e com o antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso.
No sábado, a líder da oposição da Bielorrússia junta-se a uma manifestação organizada pela Associação PRADMOVA, liderada por representantes da comunidade bielorrussa em Portugal, para mostrar solidariedade com os presos políticos no país e chamar a atenção da comunidade internacional.
O Conselho Europeu decidiu prorrogar até fevereiro de 2022 as sanções aplicadas aos apoiantes do regime de Lukashenko.
As sanções visam altos funcionários responsáveis pela "repressão violenta e intimidação" de manifestantes pacíficos, de membros da oposição e de jornalistas na Bielorrússia, bem como os responsáveis por fraudes eleitorais, além de "agentes económicos, empresários proeminentes e empresas que beneficiam e/ou apoiam o regime de Alexander Lukashenko".
Estas medidas restritivas traduzem-se na proibição de viajar para a União Europeia e no congelamento de bens para pessoas constantes da lista, num total de 88 pessoas, incluindo o próprio Alexander Lukashenko.
A Bielorrússia atravessa uma crise política desde as eleições de 9 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziram o Presidente Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos têm saído às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko, manifestações reprimidas com violência pelas forças de segurança da Bielorrússia.
A principal figura da oposição, Svetlana Tikhanovskaia, reivindica a vitória nas presidenciais e acusa o Governo de fraude eleitoral.
A União Europeia não reconhece os resultados das eleições bielorrussas de agosto.
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