
Arqueólogos e antropólogos de várias nacionalidades consideraram o bairro de Anyama como a floresta tropical com presença humana mais antiga, segundo um estudo publicado na revista Nature.
Antes da descoberta, os vestígios do Homo sapiens reconhecidos pela ciência neste tipo de ambiente eram muito mais recentes, com menos de 70 mil anos, na Ásia e na Oceânia.
No entanto, em Abidjan, restam apenas 3500 hectares de floresta tropical no "Banco", um parque nacional no centro da cidade, que está cada vez menor, devido à urbanização.
Em 1982, o arqueólogo ebúrneo, François Guédé Yiodé, alertado por um geólogo, iniciou escavações em Anyama numa propriedade privada.
Ao lado de outros pesquisadores - alguns participantes do estudo publicado na Nature - escavou vários metros de terra, sob os quais estavam escondidas ferramentas de pedra do Pleistoceno, período do Paleolítico.
O arqueólogo analisou-as e guardou-as em sua casa. Agora, com 77 anos e reformado, afirma à AFP que ainda as tem.
Esculpidas em sílex, quartzo e outras rochas, "as picaretas eram usadas para rachar materiais", enquanto outras ferramentas, chamadas "picadoras", com uma ponta afiada, eram usadas para cortar pele de animais, explica.
Guédé Yiodé acredita que o estudo deve convencer as pessoas a "parar de questionar a existência primitiva de humanos em solo africano".
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