Esta mensagem foi transmitida por António Costa no encerramento da cerimónia de inauguração da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, no Campus de Sintra, em Rio de Mouro, depois de uma alusão ao longo processo burocrático até que este curso privado fosse autorizado no país.
“Este momento, em que se chegou ao fim, não é de guerra mas de paz. Contudo, deve ser um momento de não se esquecer as lições aprendidas, porque numa universidade não se aprendem só as lições quando se inicia o seu funcionamento. Aprendem-se também as lições do que se consumiu até termos chegado a este dia”, começou por observar o líder do executivo.
Segundo António Costa, no longo processo de autorização para a Faculdade de Medicina da Universidade Católica, “a maior lição a retirar é a da máxima exigência científica, mas a nula capacidade de bloqueio corporativo”.
Por isso, frisou o primeiro-ministro, o esforço para a formação de mais médicos em Portugal “vai prosseguir”.
“E é com muita satisfação que vejo esta capacidade que teve a Universidade Católica de vencer a burocracia do Estado e os poderes fáticos corporativos, ainda associando a si outras instituições nos domínios da ciência [Gulbenkian] e clínico [Grupo Luz Saúde]. Certamente, esta é uma grande lição que todos devemos levar, porque, unindo esforços e encontrando soluções para os problemas, não há nada que não se consiga superar”, defendeu.
Com o cardeal patriarca, Manuel Clemente, a escutar as suas palavras, o primeiro-ministro deixou uma breve nota de humor no seu discurso: “Para aqueles que têm o privilégio da fé, mais fácil será ainda superar as dificuldades do que aqueles que não têm esse privilégio e têm de ficar contidos naquilo que é a capacidade limitada do seu humano”, disse.
No seu discurso, o primeiro-ministro começou por registar que a nova faculdade vai abrir “num momento particularmente importante” em termos de saúde p+ublica, com o país ainda atingido pela pandemia da covid-19, e considerou cure o “maior défice estrutural” do país é o das qualificações.
Ao nível da medicina, apesar do aumento do número de médicos formados desde 1995 até à atualidade, continua a verificar-se uma elevada procura em relação aos cursos médicos.
“Este esforço não pode parar e, pelo contrário, só nos pode impor maior exigência para podermos prosseguir. Não vale a pena discutir se temos médicos a mais, ou se temos a menos, porque há uma coisa que é certa: Há uma maior procura da formação de medicina do que aquela que é oferecida”, assinalou António Costa.
Ainda segundo o primeiro-ministro, além de se registar uma procura de 600 candidatos para cada 50 vagas, “todos os dias se sente, ou no setor público, ou no privado, a carência de recursos humanos em medicina”.
“Significa isto que precisamos de mais médicos e que há jovens que desejam formar-se em medicina”, acentuou.
Neste contexto, António Costa elogiou a Universidade Católica Portuguesa por ter “vencido os obstáculos, assegurando a capacidade de ter a formação de qualidade e cumprindo as exigências científicas”.
“Sem sacrificar as exigências científicas, temos de prosseguir este esforço de aumentar a formação superior em geral e também o número de médicos formados em Portugal”, acrescentou.
Comentários