António Costa encerrou em Montreal a sua visita oficial de cinco dias ao Canadá da mesma forma como a iniciou em Otava na quarta-feira, com um encontro com as comunidades portuguesas.
No seu último discurso antes de regressar a Lisboa, o líder do executivo português passou a mensagem de que se aprofundaram agora as relações lusocanadianas e que convidou o primeiro-ministro do Canadá para visitar Portugal.
"Tive a oportunidade de convidar o primeiro-ministro [Justin] Trudeau para visitar Portugal, porque quero continuar do outro lado do Atlântico a estreitar esta relação que agora iniciámos. Fiquei muito sensibilizado pela forma carinhosa como ele olha para a comunidade portuguesa", declarou, num primeiro elogio ao seu homólogo canadiano.
António Costa contou depois o que aconteceu na sexta-feira, ao fim da tarde, em Toronto, quando, após uma tempestade de vento, o edifício em que se realizaria o encontro com a comunidade portuguesa ficou sem luz.
Uma situação que levou o corpo do serviço de segurança canadiano a desaconselhar a presença de Justin Trudeau nesse evento.
"Mas ele [Justin Trudeau] fez questão de ir, cumprimentando com abraços e beijos cada um e cada uma dos membros da nossa comunidade numa zona em que havia luz natural", relatou o primeiro-ministro português.
Na sua intervenção, o líder do executivo nacional também prometeu melhorar a eficiência dos serviços consulares após anos em que o país esteve sob resgate financeiro.
"Portugal viveu uma crise económica grande, que teve consequências, designadamente na capacidade que o país teve de prestar melhores serviços consulares, mas, felizmente, virámos essa página e estamos agora a crescer, a criar emprego, com défice e finanças públicas controladas. Vamos poder começar a melhorar cada vez mais também a qualidade dos nossos serviços consulares", disse, recebendo palmas.
Depois de um almoço no restaurante "Ferreira" no centro de Montreal e de uma vista ao Centro de Arquitetura do Canadá, onde está patente uma mostra sobre a obra de Siza Vieira, António Costa despediu-se do Canadá no "Alexandra Room".
António Costa aproveitou então para recordar que em Montreal se realizaram os Jogos Olímpicos de 1974 - um acontecimento que disse tê-lo marcado para sempre por causa da corrida de Carlos Lopes na final dos dez mil metros, na qual obteve a medalha de prata.
"Foi a medalha de prata que o levou depois ao ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984", disse, ouvindo então da plateia um "viva o Sporting".
Tudo isto se passou minutos depois de ter terminado em Lisboa o ‘derby' entre o Sporting e o Benfica - um empate a zero golos que beneficiou os "leões" na corrida pelo segundo lugar da Liga Portuguesa de futebol.
Sobre questões clubísticas, António Costa apenas observou que hoje os adeptos do FC Porto "estão a comemorar o título de futebol", enquanto os do Benfica poderão "chorar as mágoas".
A seguir, afastou-se do tema futebol e comparou a comunidade portuguesa aos maratonistas nacionais de sucesso, o que deu origem a uma prolongada salva de palmas.
"Esta história do maratonismo e da corrida de fundo de Portugal tem muito a ver com a história da emigração portuguesa, porque é a mesma resiliência, o mesmo espírito de luta, de determinação e capacidade de luta", concluiu o primeiro-ministro.
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