A partir deste domingo e até dia 14 reúne-se em Katowice, no sul da Polónia, a 24.ª Conferência da Partes (COP24), da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), uma convenção adotada em 1992 e que entrou em vigor dois anos depois, hoje com uma adesão quase universal.
A conferência junta os representantes das partes da UNFCCC (é uma espécie de congresso da UNFCCC) e é organizada pela Polónia pela terceira vez, juntando, na fase final, líderes de vários países do mundo (segundo a página oficial da iniciativa na internet), sob os auspícios do presidente da Polónia, Andrzej Duda, e com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres.
A organização da COP24 diz que o principal objetivo da presidência polaca é adotar uma decisão que garanta a plena implementação do Acordo de Paris sobre o clima, as chamadas Regras de Katowice.
“O pacote de implementação dará ao Acordo de Paris uma forma realista, definindo um caminho que cada país decidirá seguir para intensificar os esforços para proteger o clima. Para simplificar, não há Acordo de Paris sem Katovice”, diz a organização da conferência.
A presidência polaca pretende adotar regras e ferramentas para todo o mundo e para todas as áreas importantes em termos de emissões de gases com efeito de estufa, como os transportes, a energia, a construção ou a agricultura, equilibrando emissões e criando medidas para adaptar as economias às mudanças decorrentes das alterações climáticas.
Diz também a presidência do evento que “o sucesso de Katowice será fazer progressos nos mecanismos sem os quais o Acordo de Paris não poderá funcionar em termos reais”.
Durante a COP24 vão ser ainda discutidas questões estratégicas como o financiamento do clima ou a forma como os países devem refletir conjuntamente estas matérias, o chamado Diálogo de Talanoa.
A Polónia já disse que quer centrar o debate da COP24, na qual participam centenas de organizações e de responsáveis políticos, na questão de que tecnologicamente existem soluções eficazes para combater as emissões de dióxido de carbono, como a eletromobilidade, no ênfase da mudança no ser humano, e na natureza (gestão florestal sustentável como parte da neutralidade carbónica e o papel das florestas como sumidouros de gases com efeito de estufa).
Mas nas quase duas semanas de conferência, na qual Portugal estará representado pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes (na parte final da iniciativa), e na qual participam também especialistas e ambientalistas portugueses, serão discutidas centenas de outros temas, da indústria aos transportes, da água aos oceanos e zonas costeiras, da energia ao uso da terra, das finanças ao consumo responsável, da inovação ao desporto ou ao turismo. Além das intervenções que cada país fará.
A COP24 acontece poucos meses depois de um grupo de peritos da ONU ter avisado que é urgente tomar medidas para impedir que o aquecimento global ultrapasse os 1,5 graus Celsius em relação à época pré-industrial. E dizer que as consequências do aquecimento global já se fazem sentir.
Na semana passada líderes de 16 países europeus, incluindo o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, apelaram para maiores esforços no combate às alterações climáticas, considerando que estas são “o principal desafio” dos tempos atuais.
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