"Não basta, agora, verter lágrimas de crocodilo [alusão ao PSD e CDS/PP], não basta chorar sobre o leite derramado, é preciso fazer alguma coisa para alterar tudo isto e, para isso, é necessário reverter todo este processo de modo a que os CTT não sejam conduzidos numa lógica de banco, mas de serviço público, reabrindo as estações e postos entretanto encerrados", defendeu o dirigente comunista.
Edgar Silva fez esta observação junto da Estação dos CTT das Madalenas, encerrada a 16 de dezembro, em Santo António, a maior freguesia da cidade do Funchal.
"Esta iniciativa tem como objetivo lembrar que esta degradação do serviço público dos CTT decorre da privatização imposta pelo PSD e pelo CDS/PP em 2011 e 2012", disse, acrescentando que o PCP vai apresentar na Assembleia da República e na Assembleia Legislativa da Madeira medidas para reverter a situação causada com o encerramento de estações e postos dos Correios.
O presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Rui Santos, eleito pelo PSD, também já manifestou o seu protesto pela forma como os CTT trataram a população, ao encerrarem a loja de Santo António "situação que deixa a freguesia mais populosa da Madeira (28.000 habitantes) sem serviços de Correio".
"Esta Junta promete tudo fazer para resolver a situação, porque entendemos que a população de Santo António merece ter um posto de correios funcional e com todos os serviços, e não um pequeno balcão a funcionar num supermercado sem condições próprias para a prestação de um serviço público como é o dos CTT", considerou.
Os CTT confirmaram no dia 02 o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".
Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (concelho de Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).
A decisão de encerramento motivou já críticas de autarquias e utentes.
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