“No âmbito do PRR, [a intervenção] no Convento de Cristo compreende duas ações: a conservação e restauro dos claustros (D. João III e Santa Bárbara) e a reabilitação do Paço Henriquino e Alcáçova/Castelo e Requalificação do jardim”, disse à Lusa fonte oficial do instituto público Património Cultural, tendo indicado que o lançamento dos respetivos concursos para a execução das empreitadas, “cujo termo deverá ser em março de 2026”, aguarda publicação em Diário da República de um despacho que elimina a etapa de revisão do projeto.
Os prazos acabam, assim, por ser encurtados, com a promulgação, a 02 de dezembro, pelo Presidente da República, da “dispensa da Revisão de Projeto de Execução em projetos financiados ou cofinanciados por fundos europeus”, sendo possível proceder à abertura de concurso público mais cedo, isto é, logo que saia a publicação em Diário da República.
O Convento de Cristo dispõe, no âmbito do PRR, de uma verba de 5,2 milhões de euros, estando a empreitada do Paço Henriquino estimada em 3,3 milhões e a dos claustros em 1,5 milhões de euros, precisou hoje o Património Cultural, tendo indicado ainda como despesa elegível da verba afeta no PRR outras despesas agregadas, como a “contratação de projetos e estudos, a fiscalização da obra ou a revisão de preços no final da obra”.
Segundo o instituto público, o projeto para o monumento Património da Humanidade “desenha as condições arquitetónicas, implementa elementos e/ou equipamentos de suporte à reabilitação daqueles espaços, conferindo-lhes novas valências funcionais e condições de visita qualificadas”.
Por outro lado, “propõe um circuito de visita mais alargado, valoriza o património em presença, e promove as condições de acessibilidade universal”.
Em comunicado, a diretora do Convento de Cristo, Andreia Galvão, precisou que o “Projeto de Reabilitação do Paço Henriquino, Alcáçova/Castelo e Requalificação do Jardim” visa “proceder à requalificação do Convento de Cristo, nomeadamente nas áreas da antiga Alcáçova e Castelo Templário, assim como do designado Paço Henriquino”.
No castelo, atualmente em ruína, a intervenção vai permitir criar uma entrada e uma distribuição dos visitantes por dois circuitos, um resultante da herança templária (antiga fortaleza e paço) e outro da Ordem de Cristo (complexo monástico).
Esta intervenção, “estender-se-á também à valorização e requalificação da antiga Praça de Armas”, num projeto que visa “renovar estas áreas, dotando-as de condições de acesso imprescindíveis, assim como possibilitar a sua fruição”.
Nestes espaços, “até hoje arredados do público, surgirão novos percursos, proporcionando renovadas leituras do edificado, a par de modernas e funcionais valências de apoio à visita”, afirmou Andreia Galvão.
Também a Janela Manuelina do Convento de Cristo – Janela do Capítulo – envolvida no plano diretor para o monumento, foi alvo de obras de intervenção e restauro, concluídas este ano, numa empreitada de um milhão de euros e que incluiu as fachadas e coberturas da igreja.
O Convento de Cristo teve 311 mil visitantes em 2023, uma subida de 50 mil em comparação com o ano anterior.
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