No segundo e último dia dos trabalhos, na quarta-feira, será a vez de intervirem os presidentes do Chega, André Ventura, e do PSD, Rui Rio, que participa pela primeira vez nesta convenção, ao contrário dos restantes líderes partidários.
A convenção, que decorrerá no Centro de Congressos de Lisboa e também pode ser acompanhada online, vai dividir-se em onze painéis temáticos, distribuídos pelos dois dias, e terá como tema central “Portugal e os portugueses – Reconfiguração social, política e económica para as próximas décadas”.
Em declarações à Lusa, o presidente do MEL, Jorge Marrão, explicou que o objetivo da convenção “é fazer um debate cívico e político, mas que não é um debate partidário”, este ano centrado na “reconstrução do país”.
Os convites apenas aos líderes dos partidos da direita e do centro-direita do espetro político são justificados pelo presidente do MEL por serem os que constituem uma “alternativa à atual governação”, num evento que contará também entre os oradores com o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do PS Luís Amado, o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto ou o antigo dirigente do PS Álvaro Beleza.
A convenção arranca hoje pelas 09:00 com uma intervenção de Jorge Marrão, com o tema “Portugal: Uma ambição do país e do seu Estado”, seguindo-se um debate a partir de um ensaio da historiadora Fátima Bonifácio sobre a relação dos portugueses com o Estado, em que participarão os académicos Jaime Nogueira Pinto e Rui Ramos, bem como José Miguel Júdice, Luís Amado e Mira Amaral.
Um painel sobre os efeitos da pandemia na política e na sociedade e a intervenção de João Cotrim Figueiredo fecharão a manhã do primeiro dia e trabalhos.
À tarde, “A necessidade de convergência à direita e ao centro” dá o mote para um debate em que participam os sociais-democratas Miguel Morgado e Miguel Pinto Luz e a deputada do CDS-PP Cecília Meireles, seguindo-se uma discussão sobre “As causas míticas da divergência económica portuguesa” e outra sobre “Portugal e os caminhos do futuro”, com os líderes da JSD e da JP, Alexandre Poço e Francisco Camacho, respetivamente.
O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, fechará o primeiro dia da convenção, que abrirá na quarta-feira com o antigo presidente do partido Paulo Portas, com ‘honras’ de orador único num painel sobre “O mundo pós-covid: riscos e oportunidades”.
Painéis como “As políticas públicas para libertar o cidadão” ou “A intolerância cultural e a ditadura do politicamente correto” – este com João Miguel Tavares e Sérgio Sousa Pinto, entre outros – antecederão a primeira intervenção partidária do dia, a do líder do Chega, que falará ao final da manhã.
“O caminho das liberdades” será o mote para um debate entre o ex-ministro do PSD Miguel Poiares Maduro, o antigo candidato presidencial Henrique Neto e Álvaro Beleza, antes do encerramento da convenção pelo presidente social-democrata.
Sobre a sua ‘estreia’ nestas convenções, Rui Rio já disse publicamente que, antes de aceitar o convite, perguntou quem estaria presente.
“Vai muita gente ligada ao PS. Se não fosse muita gente ligada ao PS eu não ia (…) Se fosse uma coisa tão à direita em que o mais à esquerda era eu, então não ia”, afirmou o líder do PSD, em entrevista à RTP.
Na semana passada, em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público, o vice-presidente social-democrata David Justino considerou que a participação de André Ventura na convenção do MEL reconhece o Chega “como uma força política importante”, apesar de o partido só ter um deputado, e admitiu que, se fosse ele o convidado, não marcaria presença.
Confrontado com a participação do Rio, David Justino respondeu que “é uma decisão que lhe cabe a ele” e é “mais uma manifestação de boa vontade do presidente do PSD do que uma posição radical”.
Para David Justino, se Rui Rio “se sente mais confortável” para participar na convenção do MEL deve fazê-lo, salientando que “o presidente do PSD não está sujeito a qualquer centralismo democrático” e “tem um grau de liberdade que lhe permite tomar opções”.
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