Na convocatória, assinada pelo presidente do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto, é referido que a ordem de trabalhos terá dois pontos: o primeiro é a eleição do secretário-geral, tal como previsto nos estatutos do partido, e o segundo será a análise da situação política.
A reunião do órgão máximo do PSD entre Congressos tem início marcado para as 21:00, num hotel do Porto.
Na sequência da demissão, em 18 de março, de Feliciano Barreiras Duarte do cargo de secretário-geral social-democrata, após notícias sobre irregularidades no seu currículo e uma alegada falsidade na morada que indicou no parlamento, o PSD apontou, um dia depois, o deputado e antigo autarca de Mirandela José Silvano para o substituir, indicando que entraria de imediato em funções.
No entanto, José Silvano – cujo nome que já foi ratificado pela Comissão Política Nacional na passada quarta-feira – terá ainda de ser eleito em Conselho Nacional, um processo que deverá ser pacífico.
Na primeira reunião entre o presidente do PSD, Rui Rio, e as distritais do partido, na quarta-feira à noite, o nome do novo secretário-geral foi elogiado pela generalidade dos presentes.
Tratando-se de uma eleição, a votação será feita por escrutínio secreto, mas havendo apenas um candidato o boletim não deverá permitir votos contra.
Nessa mesma reunião com as distritais, que decorreu em tom “sereno e cordial”, segundo fontes presentes no encontro, foi apontada a falta de debate político sobre a estratégia do partido, tendo alguns dirigentes presentes remetido essa discussão para o Conselho Nacional do Porto.
Rui Rio foi eleito presidente do PSD em 13 de janeiro em diretas e empossado no Congresso realizado entre 16 e 18 de fevereiro, em Lisboa.
Neste mês e meio efetivo em funções, além da primeira baixa na direção, viu três membros da sua Comissão Permanente, o núcleo duro da direção, serem alvo de inquéritos abertos pelo Ministério Público, ainda sem desfecho conhecido: os vice-presidentes Salvador Malheiro e Elina Fraga, bem como o ex-secretário-geral Feliciano Barreiras Duarte.
Nestas primeiras semanas de liderança, Rui Rio já se reuniu por duas vezes com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e por uma vez com o primeiro-ministro, António Costa, com a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e com a bancada parlamentar do PSD.
No final de ambos os encontros com o chefe de Estado, Rui Rio salientou a disponibilidade dos sociais-democratas para o diálogo com os restantes partidos e, com António Costa, admitiu “uma nova fase” nas relações com o Governo.
Na sequência da reunião com o primeiro-ministro, foram definidas duas áreas de diálogo prioritárias – descentralização e novo quadro comunitário – e apontados dois coordenadores do PSD para debater com o executivo, Álvaro Amaro e Manuel Castro Almeida, respetivamente.
Com Assunção Cristas, Rui Rio disse ter tido uma conversa semelhante à que manteve com o primeiro-ministro, centrada nas questões estruturais, remetendo eventuais coligações com os centristas para depois (entretanto, o CDS-PP aprovou em Congresso a estratégia de ir sozinho a europeias e legislativas).
Recentemente, em declarações à Lusa e à TVI, o presidente do PSD deu um sinal de que o partido deverá votar contra o próximo Orçamento do Estado, afirmando que será “muito difícil, quase impossível” o voto favorável ou abstenção.
Na reunião do Porto, Rui Rio deverá apresentar aos conselheiros os seus objetivos para o Conselho Estratégico Nacional (CEN), órgão que será presidido pelo vice-presidente do partido David Justino e reunirá os porta-vozes do PSD em 16 áreas temáticas – os nomes ainda não são conhecidos -, tendo por missão preparar o programa eleitoral para 2019.
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