Hoje, depois das intervenções da líder da concelhia de Lisboa do PS, Marta Temido, apontada como potencial candidata à câmara da capital, e do presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), Duarte Cordeiro, o primeiro-ministro cessante falará sobre os seus últimos anos de liderança socialista e de chefia do Governo.
António Costa demitiu-se das funções de primeiro-ministro no passado dia 07 de novembro, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) lhe ter aberto um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça no âmbito da Operação Influencer sobre negócios com lítio, hidrogénio e um centro de dados em Sines.
O Presidente da República, ao contrário da vontade de António Costa, não aceitou que fosse indigitado um novo primeiro-ministro no atual quadro parlamentar em que o PS tem maioria absoluta, optando pela dissolução da Assembleia da República e pela convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Esta decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de dissolver o parlamento e convocar eleições foi considerada por António Costa como “totalmente despropositada e desnecessária”. E advertiu para o risco de Portugal entrar num ciclo de elevada instabilidade política.
“Aquilo que todos desejamos, seguramente, é que esta tenha sido a última dissolução do atual Presidente da República e que o chefe de Estado não seja ainda confrontado com a necessidade de fazer novas dissoluções no futuro”, avisou.
Pedro Nuno Santos chega ao 24º Congresso Nacional do PS, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), depois de ter vencido as eleições diretas internas, de 15 e 16 de dezembro, com 61% dos votos, contra 37% do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e 1% do dirigente socialista Daniel Adrião. Chega também ao congresso com quase 70% dos cerca de 1400 delegados eleitos.
A pouco mais de dois meses das eleições, fechou um acordo com José Luís Carneiro para a apresentação de listas conjuntas às comissões Nacional e Política do PS. Um acordo pelo qual o atual ministro da Administração Interna terá direito a indicar 35% dos lugares desses dois órgãos nacionais.
No sábado, segundo dia do congresso, os momentos altos serão os discursos do presidente do PS, Carlos César, que concorre a este cargo sem oposição, e de Pedro Nuno Santos. Nessa sua primeira intervenção de fundo perante os congressistas, o novo líder falará sobre o seu partido, tendo em vista uni-lo e mobilizá-lo para as legislativas de 10 de março.
No domingo, Pedro Nuno Santos encerra o congresso com um discurso em que, segundo elementos da sua equipa, estará centrado na apresentação de propostas para o país, sobretudo em domínios como a habitação, saúde, educação, política de rendimentos e modernização económica.
Antes do encerramento, no terceiro e último dia de congresso, serão objeto de votação secreta as listas para os órgãos nacionais desta força política e, por braço no ar, as três moções de orientação política concorrentes: de Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião.
O acordo entre o novo secretário-geral do PS e José Luís Carneiro estendeu-se também à inclusão de elementos da candidatura do ministro da Administração Interna, caso do secretário de Estado André Moz Caldas, na equipa que irá elaborar o programa eleitoral e que será coordenada pela ex-ministra Alexandra Leitão.
Por isso, apesar de se esperar que a moção de José Luís Carneiro seja derrotada na votação em congresso, parte das ideias nela constantes serão transpostas para o futuro programa eleitoral do PS.
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