As negociações para uma saída da crise, decorrente do fim do segundo e último mandato do atual chefe de Estado no próximo dia 20, foram interrompidas no último sem a obtenção de quaisquer progressos.
Com Kabila a recusar marcar eleições e a dar sinais de estar indisponível para abandonar o poder, os receios do ressurgimento da violência regressaram a este país rico em minerais, com uma larga fronteira com Angola.
As conversações deverão ser retomadas na próxima quarta-feira, quando os bispos católicos que têm assumido a mediação regressarem de uma viagem a Roma há muito planeada.
Vários bloqueios de estradas realizados durante a noite foram levantados esta manhã, mas as forças de segurança foram colocadas em largas quantidades de efetivos nos pontos de maior concentração da oposição em Kinshasa.
Kabila, impedido pela Constituição do país de concorrer a um terceiro mandato presidencial, fez saber que quer permanecer no poder até ser escolhido um sucessor, porém, várias figuras da oposição reclamam que o atual Presidente entregue o poder a uma liderança de transição enquanto o próximo chefe de Estado não for escolhido pelo voto.
Joseph Kabila, 45 anos, está no poder da República Democrática do Congo desde que o seu pai, Laurent Kabila, foi assassinado em 2001. O atual presidente foi eleito em 2006 e reeleito em 2011.
O líder da oposição, Étienne Tshisekedi, ameaçou apelar às manifestações a partir desta segunda-feira, se as conversações não ganharem um bom rumo.
Começaram já a circular na capital da RDC panfletos que apelam ao povo para que retome Kinshasa “rua a rua, bairro a bairro, até ganhar toda a RDC”.
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