Em declarações à comunicação social, após a reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Barbosa afirmou que “cada bispo está disponível, como sempre esteve, para acolher e escutar possíveis vítimas” de abusos sexuais, referindo que alguns eclesiásticos “já escutaram alguns desses casos”.
O comité organizador da cimeira do Vaticano enviou uma carta a todas as conferências episcopais na qual pediu aos presidentes das conferências episcopais de todo o mundo para ouvir as vítimas nos seus países.
A organização da cimeira apelou a todos os participantes para “seguir o exemplo do papa Francisco e encontrarem-se pessoalmente com as vítimas de abusos antes da cimeira em Roma”, que se realiza no Vaticano de 21 a 24 de fevereiro.
Questionado pelos jornalistas sobre se a igreja irá ao encontro das vítimas, Manuel Barbosa afirmou não existir uma lista nesse sentido.
“Neste momento é uma disponibilidade ativa para escutar. Se houver quem queira falar com os pastores respetivos ou com o patriarca estarão todos disponíveis para isso. Não é uma questão de espera ou não espera, é uma questão de disponibilidade ativa para escutar e para acolher, como já houve noutros casos”.
O secretário-geral da CEP acrescentou que “cada pessoa é um caso”, alertando para o devido “respeito pelas vítimas e também por aqueles que abusaram”.
“As diretrizes de 2012 estão bem presentes e, da parte dos bispos portugueses, continua a haver, como houve sempre, disponibilidade para escutar, no sentido de abertura e transparência, possíveis vítimas desses abusos por parte de eclesiásticos. Isto não é novo”, reforçou.
Manuel Barbosa afirmou que vão esperar que depois do encontro de fevereiro com o papa Francisco “saiam orientações para toda a igreja”.
O porta-voz da CEP salientou que o papel do clero “não é o de ser um tribunal”, mas de “respeitar as vítimas, que têm de ser defendidas”.
“Quando há situações, é levar para a frente o processo canónico, como a igreja tem feito, e a parte civil também tem a sua responsabilidade”, defendeu.
Manuel Barbosa adiantou ainda que, “neste momento, não está prevista uma investigação de âmbito nacional”, tal como já foi avançado noutros países.
“Esperemos também pelo encontro de fevereiro, que dará orientações. Na assembleia de abril é normal que esse assunto seja abordado no conselho permanente e depois na assembleia plenária.
“Esperamos por este encontro que o papa pediu a todos os presidentes de todas as conferências para se reunirem e enfrentarem com todo o rigor este assunto, que é grave e que é preciso extirpar da nossa vida social e da própria igreja”, rematou.
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