Em declarações na comissão parlamentar de Saúde, a ministra disse que este é o investimento “mais importante, relevante e decisivo” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos próximos 10 anos e explicou que a abertura de mais vagas do que a quantidade de médicos especialistas formados serve “para ver se alguns dos que saíram do país voltam”.

“As 900 vagas anunciadas para Medicina Geral e Familiar abrimos e sabemos que não formámos este numero de especialistas. Mas como estamos a evoluir para as USF modelo B [com incentivos financeiros por objetivos], que é um modelo que atrai jovens médicos, queremos ver se alguns dos que saíram do país agora voltam”, afirmou Ana Paula Martins.

A abertura destas 900 vagas para médicos de família foi anunciada na semana passada, na apresentação do Plano de Emergência e Transformação na Saúde.

Segundo dados oficiais divulgados em novembro do ano passado, o concurso para a formação de médicos especialistas terminou com mais de 400 vagas por preencher (das 2.242 vagas foram preenchidas 1.836).

Na altura, a Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) reconheceu como “motivo de preocupação” a diminuição das escolhas pela especialidade de Medicina Interna, onde foram ocupadas apenas 104 das 248 vagas a concurso, sendo que este número foi “só parcialmente compensado pela admissão de 68 candidatos na especialidade de Medicina Intensiva”.

Segundo dados divulgados na altura pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), em 2021 tinham ficado por preencher 51 vagas para o internato médico, um número que aumentou para as 161 em 2022.

Quanto à Medicina Geral e Familiar, os números da Ordem dos Médicos indicam que é a especialidade que tem ficado com mais vagas por preencher nos últimos anos. Em 2023, das 617 vagas disponíveis, 165 (26,7%) ficaram por preencher.