A decisão de não oposição à operação de concentração, que a AdC conclui não ser “suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva” no mercado nacional ou numa parte substancial dele, foi tomada na terça-feira, o mesmo dia em que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deu luz verde ao negócio, autorizando Marco Galinha a ficar com o controlo da Global Media, dona da TSF, Diário de Notícias e Jornal de Notícias, entre outros títulos, e acionista da Lusa.

A operação de concentração foi concretizada pela Páginas Civilizadas, uma empresa veículo do Grupo Bel, que adquiriu o controlo exclusivo da Global Notícias – Media Group e respetivas subsidiárias.

O grupo Bel, que apresentou uma proposta de compra da Media Capital em abril, foi fundado em 2001 por Marco Galinha e tem atividades em vários setores, entre os quais máquinas de ‘vending’ (máquinas de venda automática) e aeronáutica, e entrou nos media em 2018, através do Jornal Económico.

A Global Media Group (GMG) tem como acionistas a KNJ Global Holdings Limited, com 35,25%, José Pedro Carvalho Reis Soeiro, com 24,5%, Olivemedia, Unipessoal, Lda, com 19,25%, o Novo Banco, com 10,5%, e a Grandes Notícias, igualmente com 10,5%.

A ERC deu luz verde à entrada do empresário Marco Galinha na Global Media: “O Conselho Regulador da ERC não se opõe à operação de concentração notificada, por não se concluir que tal operação coloque em causa os valores do pluralismo e da diversidade de opiniões, cuja tutela incumbe à ERC acautelar”, lê-se na deliberação datada de 28 de outubro, disponível no ‘site’ da entidade reguladora.

A ERC aponta “a obrigação de submissão à ERC de um pedido de alteração de domínio relativamente aos operadores radiofónicos licenciados inclusos no universo empresarial em causa nesta operação, em momento anterior ao exercício efetivo desse domínio”, referindo-se à necessidade de um pedido para alteração de domínio da TSF.

O grupo Bel, através da subsidiária Memorypack Unipessoal, detém uma participação no grupo de media Megafin, que é proprietária do Jornal Económico. É também proprietário da empresa de sondagens Aximage.

A operação de concentração inclui um acordo parassocial em relação à Global Media, bem como um contrato de compra e venda de ações.

Na sexta-feira passada, a GMG anunciou que vai iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas.