
A concentração “Não queremos viver num país do medo”, marcada para as 16:00 em frente ao Teatro A Barraca, em Lisboa, e para as 18:00 na Praça da Batalha, no Porto, é promovida pela sociedade civil e está a ser divulgada nas contas de várias associações nas redes sociais, entre as quais a SOS Racismo e a Plateia – Associação de Profissionais das Artes Cénicas, e de estruturas artísticas como a Palmilha Dentada, os Artistas Unidos e a Plataforma 285.
O ator Adérito Lopes, da companhia de teatro A Barraca foi agredido na terça-feira à noite por um grupo de extrema-direita, em Lisboa, quando entrava para um espetáculo com entrada livre de homenagem a Camões.
Em declarações à Lusa, a diretora daquela companhia, e também atriz, Maria do Céu Guerra contou que por volta das 20:00, estavam os atores a chegar ao Cinearte, no Largo de Santos, quando se cruzaram à porta “com um grupo de neonazis com cartazes, programas”, com várias frases xenófobas, que começaram por provocar uma das atrizes.
No texto que convoca a concentração de solidariedade lê-se que o “ataque cobarde do grupo neonazi” a Adérito Lopes “não é um caso isolado”.
“Sabemos que esta onda de ataques a migrantes, pessoas racializadas, trabalhadoras, pobres e trabalhadores da cultura não vai ficar por aqui. Está a crescer alimentada pela impunidade judicial, pelo silêncio e pela desigualdade económica. Juntamo-nos domingo em solidariedade, para estarmos juntas e para nos organizarmos para mudar isto tudo - é a tarefa do nosso tempo combater este país desigual sem nunca sacrificar os direitos fundamentais entre os quais a liberdade de expressão”, referem os promotores da concentração.
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