“A Comissão processou hoje uma segunda parcela de assistência no valor de 25 milhões de euros a favor da Autoridade Palestiniana para contribuir para o pagamento dos salários e pensões dos funcionários públicos palestinianos e desembolsou 16 milhões de euros a favor da UNRWA [Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos] para prestar serviços básicos como a saúde e a educação aos refugiados palestinianos”, indica o executivo comunitário em comunicado.
O anúncio surge numa altura em que o exército israelita assume o controlo da zona fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito, o chamado “corredor de Filadélfia”, e intensifica os bombardeamentos em Rafah, cidade no sul do enclave e atual epicentro da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
De momento, registam-se também constrangimentos na passagem de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, dadas as limitações colocadas pelas autoridades israelitas, que são acusadas pelas Nações Unidas de não cumprir com as suas obrigações legais.
Na nota informativa hoje divulgada, o executivo comunitário explica que o pagamento de 25 milhões de euros “ajudará a Autoridade Palestiniana a cumprir parte dos seus compromissos para com os funcionários públicos palestinianos na Cisjordânia”, sendo que, “nesta conjuntura crítica, constituirá um contributo muito necessário para os importantes desafios que a economia palestiniana enfrenta, em especial antes do Eid al-Adha”, a comemoração muçulmana de 16 a 20 de junho.
No que respeita à UNRWA, “tendo em conta os progressos realizados pela agência em relação às condições e medidas acordadas, a Comissão processou igualmente o pagamento correspondente à segunda parcela de 16 milhões de euros”, adianta Bruxelas.
Dados da UNRWA revelam que mais de um milhão de pessoas fugiram da cidade de Rafah, desde que o exército israelita lançou a sua ofensiva militar nesta zona no início do mês.
Na quinta-feira, Israel deu um prazo de 30 dias à UNRWA para desocupar a sede em Jerusalém Oriental, noticiou a imprensa israelita.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a UNRWA tem estado na mira de Israel, que acusou uma dúzia de funcionários da agência de envolvimento nos ataques do Hamas de 07 de outubro de 2023.
Israel alegou que mais de duas centenas de funcionários da agência têm ligações aos islamitas do Hamas e nunca escondeu a intenção de encerrar a UNRWA.
As alegações levaram muitos países doadores a cortar o financiamento à UNRWA em janeiro, embora a maioria o tenha retomado na ausência de provas conclusivas apresentadas por Israel.
Nas últimas semanas, israelitas extremistas atacaram por diversas vezes a sede da UNRWA em Jerusalém Oriental Ocupada, obrigando a agência a encerrar temporariamente as instalações.
Criada em 1949, na sequência da fundação do Estado de Israel em 1948, a agência emprega cerca de 30.000 pessoas nos territórios palestinianos, na Jordânia, no Líbano e na Síria.
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