O presidente da direção, Lino Ferreira, considera “crítica e dolorosa” a atual situação do comércio e restauração e sugere ao Governo que a carga fiscal e os impostos sobre água, energia e comunicações sejam diminuídos.
“Estamos numa fase muito complicada. Os nossos governantes têm de olhar para isto de uma forma diferente da que têm olhado até agora. Em termos nacionais, o Governo devia fazer uma quebra de 50% em todos os impostos, água, eletricidade, comunicações, rendas, IRC, IRS, Segurança Social… Isso vinha ajudar a maioria dos comerciantes e salvava alguns. Quando a situação retomasse a normalidade, repunha-se progressivamente”, afirma à agência Lusa.
O responsável da ACILIS já apresentou a proposta à Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e considera que o momento atual “não tem tido a melhor resposta do Governo”.
“Não podemos nesta altura difícil estar a gerir clientelismo político. Quando se vê sítios onde a propagação do covid-19 pode ser maior, como as grandes superfícies onde há mais gente por metro quadrado, terem horários diferentes da restauração e comércio de rua, alguma coisa está errada”, acrescenta.
Segundo o presidente da associação, “quem faz mexer o país e contribui muito para a economia local e nacional é a restauração, comércio e serviços, que são quem emprega mais em Portugal atualmente” e, por isso, “é necessário um apoio direto e muito concreto”.
“Se há dinheiro para o Novo Banco e para a TAP, o Governo tem de olhar para estas situações, que podem acabar com muitas empresas e criar uma situação social muito grave”.
Lino Ferreira defende também que os ordenados mais altos sofram um corte de um terço, salvaguardando a restituição posterior.
“É muito difícil para as empresas sobreviverem neste momento. Uma medida importante seria reduzir um terço em ordenados acima de dois mil euros e, quando a economia recuperasse, esse terço seria pago. Mas não se deve mexer nos ordenados mais baixos”.
Em Leiria, a ACILIS foi já desafiada a ir para a rua manifestar-se, como aconteceu recentemente no Porto e em Lisboa com o setor da restauração, mas o presidente da direção recusa associar-se ao que considera “atividades de baixo nível e ronceirismo”.
“Já houve abordagens da parte de associados para nos manifestarmos de forma mais ruidosa, mas é preciso ter civismo e não alinhar com o que já aconteceu, que roça a má educação. Não estamos disponíveis para esse tipo de coisas. No momento que vivemos precisamos é de unir e não de desunir”.
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