"É muito importante exercer o máximo de pressão sobre os governos para que aceitem este nosso objetivo de neutralidade carbónica", disse António Guterres aos autarcas e aos representantes dos jovens empenhados pelo clima.
"Hoje vemos as empresas, as cidades e a sociedade mudar mais rapidamente do que os governos", insistiu.
Os autarcas da C40, que declararam "urgência climática mundial", anunciaram que integrarão na tomada de decisões a nível local um conselho de jovens para desenvolver o seu "Novo Acordo Verde".
"Todos os dirigentes têm duas escolhas: juntar-se a nós, adotar o Novo Acordo Verde por si (...) ou rua", resumiu uma ativista norte-americana de 17 anos, Jamie Margolin, que fundou a organização ZeroHour (hora zero).
Para a presidente da Câmara de Paris, Anne hidalgo, que presidiu à C40, a mobilização dos jovens foi a salvação para a luta contra as alterações climáticas.
"Esta intervenção está a fazer mudar" os dirigentes, declarou à AFP, acrescentando: "É crucial, caso contrário, não será rápido o suficiente".
Presidentes de câmara de 94 cidades mundiais, incluindo Lisboa, defenderam na quarta-feira a celebração de um "Novo Pacto Verde Global" para fazer face à "atual emergência climática".
A aliança de autarquias conhecida como C40, na qual se inclui a capital portuguesa, passou a ser presidida pelo presidente da Câmara da cidade norte-americana de Los Angeles, Eric Garcetti, eleito na cimeira da organização, em Copenhaga, em que também participaram ativistas, sindicatos, empresas e outros movimentos da sociedade civil.
"Reconhecemos a emergência climática global", declararam os autarcas, comprometendo-se a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa "nos setores que mais contribuem para a crise climática: transportes, indústria, edifícios e resíduos".
Comprometem-se a "proteger o trabalho, ajudar a acabar com a pobreza" e a assegurar "uma transição justa para os que trabalham nas indústrias mais poluidoras".
Os presidentes de câmara apontam que este atraso na resposta climática "já está a ter consequências devastadoras" e defendem que é preciso deixar os combustíveis fósseis.
Da sua parte, referem que "as cidades do C40 já estão a reduzir as emissões a um ritmo consistente com os limites determinados pela ciência como necessários", o que significa "atingir o pico de emissões até 2020 e reduzir para metade até 2030".
Eric Garcetti afirmou que no que diz respeito à ação climática, "ninguém está a fazer mais do que as cidades, mas ninguém está a fazer ainda o suficiente”.
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