“Os esforços desenvolvidos pelo governo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa não estiveram à altura do objetivo estabelecido”, de redução dos GEE até 2030, em relação ao seu nível de 2005, segundo o compromisso assumido pelo Canadá, quando assinou o Acordo de Paris de combate às alterações climáticas, considerou a comissária para o Ambiente, Julie Gelfand.
“No conjunto, o governo não se está a preparar para as adaptações aos impactos das alterações climáticas”, afirmou, no seu relatório anual.
No documento, acentuou que “se as emissões de GEE não diminuírem, os riscos de poluição, de catástrofes naturais, de fogos de floresta e de inundações aumentarão”.
Com um “objetivo de 523 milhões de toneladas” de emissões de GEE até 2030, o Canadá tem de reduzir 219 milhões de toneladas, segundo a sua comissária independente.
“Ainda falta muito ao Canadá para atingir os objetivos que se fixou”, advertiu.
“O governo apenas fala, sem agir, quando se tratam de medidas relativas às alterações climáticas”, declarou Linda Duncan, que integra o Novo Partido Democrático (NPD), de esquerda.
Hoje, na Câmara dos Deputados, a ministra para as Alterações Climáticas canadiana, Catherine McKenna, declarou-se “extremamente orgulhosa” da ação do governo, lembrando designadamente a criação de uma taxa carbono e “investimentos históricos” nos transportes coletivos.
O governo instituiu uma taxa carbono de 10 dólares canadianos (6,8 euros) por tonelada, que vai entrar em vigor em 22018 e deve subir progressivamente para 50 dólares até 2022.
Em março, um relatório do Senado já tinha avisado que “a realização do objetivo fixado para 2030 precisa de uma alteração colossal nos modos de produção e nos hábitos de consumo de energia no Canadá”.
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