A greve foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) que criticou o Ministério das Finanças por “bloquear os acordos entre o Ministério do Planeamento, a CP e o SFRCI” e estarem, assim, por contratar “88 trabalhadores para o [serviço] comercial da CP (Revisores, trabalhadores para as bilheteiras)”.
“Por motivo de greve convocada por uma organização sindical preveem-se supressões e fortes perturbações na circulação ferroviária a nível nacional em todos os serviços", antecipou a empresa pública em comunicado.
Na nota, a CP adiantou que podem também ocorrer supressões e perturbações ainda na terça-feira, referindo que não serão disponibilizados transportes alternativos.
“Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Regional e Celta que não se realizem, a CP permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos, para outro dia/comboio”, explicou a empresa, referindo que existem serviços mínimos definidos pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social.
Até às 22:00 de domingo, dos 777 comboios que deveriam ter circulado 110 foram suprimidos, disse à Lusa fonte da CP.
Em comunicado, o sindicato sublinhou que “o aluguer do material circulante para fazer face aos problemas existentes não avançou, o concurso público para compra de novos comboios ainda não foi lançado e a negociação da contratação coletiva que se iniciou na CP em 2016, está paralisada”.
O sindicato referiu que, em resposta aos seus pedidos de esclarecimento, o “Ministério do Planeamento e Infraestruturas e a CP afirmaram que o bloqueio à aplicação dos acordos se verificava no Ministério das Finanças”.
“Perante o incumprimento/bloqueio realizado pelo Ministério das Finanças aos acordos celebrados pelo Ministério do Planeamento, CP-Comboios de Portugal e SFRCI, aos trabalhadores só resta o conflito laboral, pois não se entende a política de gestão danosa que o Ministério das Finanças impõe à CP”, acrescentou o sindicato.
Assim, segundo o sindicato, por falta de trabalhadores das bilheteiras, “a CP deixa de cobrar milhares de euros”, enquanto por falta de revisores “existem comboios que transportam cerca de 900 utentes (mais de oito carruagens ou mais de uma unidade indivisível) que por questões de segurança, deveriam circular com dois revisores e circulam só com um, colocando em risco a segurança dos utentes e da circulação”.
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