“Esta reunião é de fundamental importância para o continente num contexto em que os efeitos das mudanças climáticas se fazem sentir com maior intensidade, particularmente no nosso país, que, ciclicamente, é abalado por eventos extremos”, destacou Filipe Nyusi, à chegada para a cimeira.
O Presidente moçambicano participa, a partir de hoje, na Cimeira de Ação Climática em África, que decorre no Quénia e que junta mais de 20 chefes de Estado.
“Faremos deste evento uma oportunidade para colher as diversas experiências na gestão de fenómenos decorrentes das mudanças climáticas, mas também para mostrar a nossa posição, como Moçambique, sobre esta realidade que é cada vez mais preocupante para a segurança dos povos”, destacou.
O evento, organizado pela União Africana e pelo Governo do Quénia, irá juntar Chefes de Estado e de Governo africanos e outros líderes mundiais, “num debate com enfoque para as mudanças climáticas, energias renováveis e desenvolvimento da economia azul”, explicou anteriormente a Presidência da República de Moçambique.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.
No final da cimeira, que decorre até quarta-feira e que conta com a presença de mais de 20 chefes de Estado e de Governo africanos, bem como de líderes de outras regiões do mundo e de organizações internacionais, está prevista a adoção da chamada “Declaração de Nairobi”, um documento que procura articular uma posição comum africana para diferentes fóruns globais.
Os participantes querem ter uma perspetiva unificada do continente para a sua participação na cimeira do clima COP28, no Dubai, marcada para o final do ano, na Assembleia Geral da ONU, perante o Grupo dos Vinte (G20, bloco de economias ricas e em desenvolvimento) ou junto das instituições financeiras internacionais.
África abriga alguns dos países mais afetados pelas alterações e fenómenos climáticos, onde se inclui, por exemplo, Moçambique, quando os países africanos estão entre os menos responsáveis pela crise climática global.
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