O chef Ljubomir Stanisic volta ao tribunal, juntamente com outros 26 arguidos, por suspeitas de crimes de corrupção ativa e desobediência qualificada o caso começou a ser julgado em 2020.
Este julgamento estava marcado para o ano passado, mas sofreu atrasos. A sessão começou esta manhã no Tribunal Central Criminal, em Lisboa.
De acordo com o jornal Expresso, o procurador João Centeno, o mesmo responsável pela demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro, foi quem denunciou Ljubomir por corromper agentes da PSP para furar o confinamento, durante a pandemia.
O chef foi acusado de oferecer garrafas de álcool a dois agentes da PSP para furar a proibição de circular entre concelhos, sugerindo que quebrassem uma barreira colocada na ponte 25 de Abril para que pudesse passar uma temporada com a família em Grândola, no Alentejo.
Segundo o jornal Público, a 3 de Abril de 2020, Ljubomir atravessou a ponte no seu carro, enquanto o agente da PSP simulava uma operação policial no local, que não existia. Seguia, assim, à sua frente, noutro veículo, para abrir caminho.
Como agradecimento, Ljubomir ofereceu "duas garrafas de vinho e uma de rum ou conhaque" aos polícias: “Aquilo é, mano é tão bom, não dá ressaca no dia seguinte”, ouve-se nas gravações da chamada. O polícia Nuno Marinho era quem estava sob escuta por ser suspeito de tráfico de estupefacientes.
Em 2020, o juiz Ivo Rosa, o mesmo que arquivou 171 crimes da acusação a Sócrates, decidiu que Ljubomir não iria a julgamento por considerar que a prova não podia ser contabilizada por ter sido obtida através de escutas ilegais, considerando "não haver indícios suficientes" .
No fim do primeiro julgamento, João Centeno recorreu da decisão do juiz Ivo Rosa, alegando que "desvalorizou erradamente a investigação policial", que relacionava os polícias com o tráfico de droga. Os PSP voltaram a julgamento e, mais tarde, foram presos.
O crime de corrupção ativa é punível até seis anos de cadeia, aos quais se soma um ano pelo delito por violação das normas de confinamento durante o estado de emergência decretado pelo Presidente da República.
*Artigo escrito pela jornalista estagiária Ana Filipa Paz e editado pela jornalista Ana Maria Pimentel
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