Segundo uma atualização da agenda de Charles Michel divulgada pelo seu porta-voz, pelas 14:45 de hoje (hora de Bruxelas, menos uma em Lisboa), o presidente do Conselho Europeu fará uma chamada telefónica para António Costa, no mesmo dia em que ouve outros chefes de Governo da UE, incluindo Mark Rutte, da Holanda, o principal rosto dos chamados países ‘frugais’.
“Tendo em vista a cimeira de sexta-feira sobre o quadro financeiro plurianual e o fundo de recuperação, Charles Michel vai continuar as suas negociações [prévias] com os líderes dos 27”, entre os quais António Costa, escreveu o porta-voz na sua conta na rede social Twitter.
Na segunda-feira, António Costa esteve reunido com Mark Rutte na cidade holandesa de Haia, afirmando sair do encontro “mais confiante” num acordo no Conselho Europeu desta semana sobre o plano de recuperação europeu, por ter sentido também “claramente” no seu homólogo holandês “uma grande vontade” num compromisso.
À saída da reunião com Mark Rutte, cujas posições mais divergem das de Portugal em matéria orçamental, António Costa insistiu que “seria uma oportunidade perdida” os 27 não chegarem já a acordo na cimeira que tem início na sexta-feira em Bruxelas, e reforçou que todas as partes devem ceder para ser possível um compromisso, estando disposto a fazer a sua parte, desde que países como a Holanda também cedam.
Para António Costa, a proposta colocada sobre a mesa na passada sexta-feira pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é um bom ponto de partida para um compromisso, e, escusando-se a revelar o teor da conversa com Rutte, adiantou que começou a conversa com o primeiro-ministro holandês precisamente com um ‘convite’ a um entendimento em torno da mesma.
A proposta de Charles Michel reduz o orçamento plurianual 2021-2027 para 1,07 biliões de euros, mas mantém o Fundo de Recuperação nos 750 mil milhões, assim como o equilíbrio entre subvenções e empréstimos, prevendo que dois terços (500 mil milhões de euros) sejam canalizados para os Estados-membros a fundo perdido e o restante (250 mil milhões) na forma de empréstimos.
Para ‘agradar’ aos países frugais, entre outras medidas o presidente do Conselho Europeu propõe a manutenção dos polémicos ‘rebates’, os ‘descontos’ de que beneficiam grandes contribuintes líquidos, como Holanda.
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