“Este movimento de reivindicações e luta é para continuar e ampliar pelo aumento dos salários de todos os trabalhadores, nos setores públicos e privado, mas também pelo aumento especial do salário mínimo nacional e, assim sendo, a Comissão Executiva e o Conselho Nacional anunciam hoje a reclamação de que, no dia 01 de janeiro de 2019, o salário mínimo nacional deve passar para 650 euros”, disse Arménio Carlos.
O secretário-geral da CGTP falava junto à Fonte Luminosa da Alameda, em Lisboa, local onde terminou o tradicional desfile do Dia do Trabalhador, num percurso que arrancou na praça do Martim Moniz.
“Se quiserem [o executivo] ir por esse caminho, contam com a CGTP, se quiserem optar por outro caminho, podem contar com a oposição da CGTP”, acrescentou.
Arménio Carlos afirmou que, tendo em conta a adesão às manifestações e festividades daquela estrutura em cerca de 40 localidades do país, este foi “o maior 1.º de Maio dos últimos anos em Portugal”.
O salário mínimo nacional subiu este ano para os 580 euros e deverá aumentar em 2019 para os 600 euros.
Porém, a CGTP quer mais: “Esta é uma reivindicação para valer, pela qual vamos lutar para a tentar concretizar o mais depressa possível”.
“E para aqueles que dizem, como disseram anteriormente, que [um salário de] 600 euros não era possível de concretizar nas empresas, tal como já demonstrámos que o conseguimos concretizar em vários contratos coletivos de trabalho, em muitas empresas e locais de trabalho ainda antes de 2019, também queremos dizer-lhes que temos argumentos e fundamentação para provar que é possível esta nossa reivindicação”, acrescentou Arménio Carlos.
O líder da CGTP apontou que o acréscimo previsto para os 600 euros “dá apenas e só um aumento de 67 cêntimos diários, não dá quase para pagar um café”.
“O aumento que reivindicamos é pouco superior a dois euros diários, compatível com disponibilidade económica das empresas porque os 650 euros poderão e deverão constituir uma alavanca para o aumento geral dos salários, a valorização das profissões e uma mais justa distribuição da riqueza”, vincou Arménio Carlos.
O líder da CGTP argumentou que as subidas na remuneração mínima nacional têm “contribuído para a evolução da economia, a criação de emprego e a redução do desemprego, ao contrário daquilo que os patrões diziam há uns tempos”.
Além desta reivindicação, a CGTP tem outras, pelo que assegura que vai continuar a “lutar pela revogação das normas gravosas da legislação de trabalho, pelas 35 horas para todos e contra a desregulação de horário, contra a precariedade, com o princípio de que a um posto de trabalho corresponde um vínculo de trabalho efetivo, pela reposição do vinculo por nomeação na administração pública, pelo reforço e melhoria de acesso aos serviços públicos […], pela valorização das longas carreiras contributivas, a reposição dos 65 anos como idade legal de reforma e o acesso, sem penalizações, após 40 anos de descontos”, elencou Arménio Carlos.
A CGTP comemorou hoje o Dia do Trabalhador com manifestações e festividades em cerca de 40 localidades do país, enquanto a União Geral de Trabalhadores (UGT) centrou a celebração em Figueiró dos Vinhos, uma das localidades mais afetadas pelos incêndios de 2017.
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