As estruturas regionais e setoriais da central sindical fretaram cerca de 80 autocarros para transportar trabalhadores de vários pontos do país e também dois comboios para assegurar a viagem do Porto a Lisboa.
“Não conseguimos contabilizar as pessoas que vem por meios próprios, da zona da grande Lisboa e Setúbal, mas é seguro dizer que vamos ter uma grande manifestação, com milhares de trabalhadores, apesar de já estarmos no inicio do período de férias”, disse à agência Lusa João Torres, da Comissão Executiva da CGTP.
A Intersindical marcou esta manifestação nacional, com desfile entre a Praça da Figueira e a Assembleia da República, para coincidir com o último debate do Estado da Nação desta legislatura.
“O objetivo é mostrar ao Governo e aos deputados que os trabalhadores não aceitam as alterações, para pior, das normas gravosas da legislação laboral, e ao mesmo tempo exigir a valorização do trabalho e dos trabalhadores, condição para um Portugal desenvolvido e soberano”, afirmou João Torres.
De acordo com o sindicalista, nos muitos plenários que foram feitos nas últimas semanas, os trabalhadores “deixaram claro o seu descontentamento e muitas críticas ao PS”.
“Para os trabalhadores, o PS desprezou uma boa oportunidade para melhorar a legislação, pois tinha uma correlação de forças favorável no parlamento, mas optou por agravá-la ainda mais”, acrescentou.
A manifestação da Inter será precedida por algumas concentrações setoriais, nomeadamente dos trabalhadores da grande distribuição, da hotelaria e da EDP.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, participará na concentração promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços, junto à associação empresarial do setor, a APED, para exigir a negociação do contrato coletivo de trabalho, com aumentos salariais para todos e correção de carreiras.
Estes manifestantes deslocam-se depois para a Praça da Figueira para integrar a manifestação nacional.
As alterações à lei laboral propostas pelo Governo e pelos vários partidos políticos têm vindo a ser votadas desde 11 de junho no grupo de trabalho criado no âmbito da comissão parlamentar da especialidade.
Entre as medidas aprovadas está o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias para trabalhadores à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração.
Para a CGTP esta medida “vai aumentar a precariedade, tal como a possibilidade de alargamento dos contratos de curta duração a todos os setores”.
A proposta de lei do Governo que altera o Código do Trabalho resultou de um acordo celebrado na Concertação Social com a UGT e as confederações patronais, em de maio de 2018.
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