De acordo com o relatório da situação humanitária referente ao mês de setembro, divulgado hoje pela organização, as fações terroristas na região “estão a reposicionar-se”, após a anunciada morte de líderes em operações militares realizadas em agosto. Sucedem-se, desde setembro, ataques em menor escala a populações em vários distritos de Cabo Delgado e a militares.
Incidentes que, segundo o relatório, “resultaram no deslocamento ou movimento de populações em fuga”.
“Em setembro, 10.463 pessoas, das quais 54,4% crianças, deslocaram-se, principalmente devido aos ataques (26%), medo de ataques (21%) ou regresso às áreas de origem (27%). Mocímboa da Praia, Macomia, Muidumbe são os distritos principais de partidas e chegadas. Mais de 50% dos movimentos foram forçados e o as principais necessidades relatadas foram comida e abrigo”, acrescenta a Unicef.
Segundo dados das agências das Nações Unidas no terreno, os ataques terroristas no norte de Moçambique levaram à fuga de 338.086 crianças, com necessidades de ajuda humanitária.
O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvão Chume, disse em outubro que 70% da população deslocada pelos ataques terroristas regressou a Cabo Delgado, como resultado da restauração da segurança na região.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma in surgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Essa insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de exploração de gás.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos, ACLED.
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