“Portugal ocupa uma das piores posições a nível internacional no que toca aos atrasos nos pagamentos das empresas aos fornecedores. Segundo a Informa D&B, que analisa regularmente o comportamento de pagamento das empresas, no final de junho de 2023 apenas 19,5% das empresas cumpre os prazos de pagamento em Portugal”, concluiu a especialista no conhecimento do tecido empresarial.
O atraso médio tem vindo a reduzir-se desde o final da pandemia, sendo que, em 2020, o número médio de dias de atraso das empresas portuguesas chegou a ser superior a 27,3 dias, um registo que em junho de 2023 está nos 23 dias.
De acordo com a análise, dois terços das empresas (66,6%) pagam com um atraso até 30 dias, mas há um conjunto de empresas (5,6%) que pagam com mais de 90 dias de atraso.
Em maio de 2023, o montante agregado por pagar aos fornecedores atingia cerca de 65 mil milhões de euros.
O alojamento e restauração e transportes são os setores onde menos empresas pagam dentro dos prazos acordados com os fornecedores, 11% e 12,4%, respetivamente, com os transportes a representar também o setor onde mais empresas (8,8%) pagam com atrasos superiores a 90 dias.
Já o setor com maior percentagem de empresas cumpridoras são as tecnologias de informação e comunicação, com 26,7%.
Entre os 41 países analisados na última edição do estudo ‘Payment Study 2023’ elaborado com dados de 2022 pela CRIBIS D&B, e no qual a Informa D&B participa com informação das empresas portuguesas, Portugal encontrava-se entre os cinco países com menos empresas a cumprirem os prazos de pagamento, uma lista onde a Roménia tem o pior registo, com apenas 14,9% de empresas cumpridoras, e a Dinamarca encabeça a lista de empresas cumpridoras, com 91,8% a pagar nos prazos acordados.
No final de 2022, o conjunto da União Europeia registava 45,7% de empresas cumpridoras, 25 pontos percentuais acima de Portugal.
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