“Eu desejo que não só os militantes tenham oportunidade de me ouvir diretamente como de assistir a debates entre as diferentes candidaturas, que gostava que fossem com substância e elevação”, afirmou o eurodeputado.
Em declarações à agência Lusa, Nuno Melo mostrou-se “disponível para todos os debates que a comunicação social queria organizar com o Francisco Rodrigues dos Santos” e lamentou que “até ao momento ainda não tenha sido possível realizar nenhum deles”.
“Porque o sinal que damos quando debatemos é importante para a própria credibilidade que no seguinte ao congresso o CDS tem que ter no país”, defendeu.
O candidato à liderança apontou igualmente que terá “pouco tempo para correr o país” e que vai “tentar estar no maior número de concelhos e distritos que possa”.
Depois de na sexta-feira marcar presença na escola de quadros do CDS-PP, Nuno Melo terá iniciativas com militantes este fim de semana em Faro, Setúbal, Lisboa, Caldas da Rainha e Coimbra.
O candidato à liderança do CDS-PP vai organizar também uma convenção programática que decorrerá ‘online’ e que deverá juntar “mais de 100 pessoas” para se debruçarem sobre temas “clássicos como saúde, segurança, justiça, educação”, mas também “temas novos que estão no epicentro da política europeia e em relação aos quais o CDS não pode deixar de ter posições muito nítidas”, como a transição energética, transição digital ou alterações climáticas.
O líder da distrital de Braga do partido indicou à Lusa que convidou para esta iniciativa, que decorrerá no “início de novembro”, pessoas que “são reconhecidas em cada um dos setores em Portugal”.
De acordo com Nuno Melo, o objetivo é estas personalidades darem contributos “sobre o que deve ser a visão programática de um partido de centro-direita no século XXI”, e as conclusões desta convenção servirão de base para a moção de estratégia global que vai apresentar ao congresso.
“Pretendo que, do ponto de vista programático, o CDS esteja profundamente interligado com a sociedade, com os problemas que são vividos todos os dias por quem tem que trabalhar, por quem tem de pagar impostos, por quem passa todas as dificuldades, por quem tem de ser empreendedor”, salientou o candidato.
Apontando que “neste momento o CDS tem uma grande ausência de quadros na direção”, Nuno Melo salientou que esta iniciativa é também uma forma de “trazer quadros para o CDS”.
“O CDS sempre teve muitos quadros que faziam com que fosse interpretado como um partido muito credível”, apontou, criticando que atualmente “não se reconhece uma ideia nítida” que o partido defenda.
Na ótica do eurodeputado e antigo vice-presidente do CDS-PP, “essa é uma das razões pelas quais o eleitorado vai procurar outras opções noutros partidos”.
“O CDS antigamente sabia-se exatamente o que queria, quando se dizia que era o partido dos reformados, dos pensionistas, dos ex-combatentes, dos agricultores, o partido da segurança. Todos esses nichos eram marcas identitárias, eram ideias claras”, defendeu.
Parte da iniciativa será aberta ao público e haverá lugar para interação com militantes do CDS-PP, mas está previsto também um período de trabalho à porta fechada.
O 29.º Congresso do CDS-PP está agendado para 27 e 28 de novembro e são candidatos à liderança do partido o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado Nuno Melo.
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