Catarina Martins falou hoje aos jornalistas no meio da primeira arruada que o partido fez na campanha oficial para as legislativas, na zona do Chiado, em Lisboa, e que juntou, entre as muitas pessoas presentes, várias caras do BE como Mariana Mortágua, Pedro Filipe Soares, Luís Fazenda ou Beatriz Gomes Dias.
Questionada sobre se a maioria absoluta do PS é o principal obstáculo que o partido enfrenta, a líder do BE respondeu recordando declarações do líder do PS e primeiro-ministro em 2019: “António Costa disse, e tão bem, que as pessoas em Portugal têm má memória das maiorias absolutas”.
“E têm má memória porque as maiorias absolutas têm sido muito permeáveis aos grandes interesses económicos e tantos dos negócios ruinosos do país, que nos assaltaram verdadeiramente, foram feitos por maiorias absolutas”, justificou.
É precisamente por isso, na análise da coordenadora do BE, que o país não precisa destas soluções, mas sim de “um contrato pela saúde, pelo salário, pela pensão, pelo clima, pelo futuro”, sendo neste pacto que garante que o seu partido “está empenhado”.
Questionada sobre se a demonstração da arruada de hoje é a resposta ao desânimo que o presidente do Chega diz ver no BE devido às sondagens, Catarina Martins respondeu que “André Ventura percebeu que a sua grande derrota é o BE ser a terceira força política”.
“Disse isso mesmo e, sim, é tão importante que nós possamos em Portugal ter uma terceira força política que seja o BE não só pela saúde, pelo salário, pela pensão, pelo clima, pelas soluções pelo país, seguramente por isso, mas também sim, para que a extrema-direita seja derrotada”, justificou.
Sobre a possibilidade de estar a ser dada muita atenção ao Chega, Catarina Martins sublinhou o “discurso racista, de ódio, para um país que põe as pessoas contra as pessoas” do partido de Ventura, que “não resolve nenhum problema”.
“E por isso é importante em Portugal, como em todo o mundo, que a irresponsabilidade, que o ódio, que o racismo, que a misoginia seja derrotada e em Portugal, o BE ser a terceira força política é, como o próprio André Ventura reconhece, a derrota da extrema-direita”, enfatizou.
Sobre a arruada, durante a qual se ouviram os habituais cânticos dos bloquistas e foi sempre animada por música, a líder do BE afirmou que o país precisa de sair desta situação em que “quem trabalha não ganha para pagar a renda da casa ou em que precariedade é norma e em que um em cada três jovens quer emigrar”.
“Precisamos de conseguir construir um país em que haja vínculos laborais estáveis, em que os salários respeitem as pessoas, em que as pensões respeitem as pessoas e, sim, precisamos porque acreditamos em Portugal, porque queremos que se possa aqui viver de cabeça erguida, é uma tarefa imensa, mas é a tarefa de que o país precisa e aqui estamos para ela”, garantiu.
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