“É preciso aumentar a oferta”, disse a coordenadora aos jornalistas.
Os novos passes para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto entram hoje em vigor, e o Bloco de Esquerda esteve no Cais do Sodré a explicar a quem saía ou entrava no metro, comboio ou barco, como funcionam, a partir de agora, os tarifários.
“Nós precisamos de mais barcos, de mais metros, de mais autocarros, de mais comboios a funcionar, para responder a uma procura que nós esperamos que seja crescente, porque o transporte coletivo é aquele que faz melhor à carteira de cada família”, notou a deputada, acrescentando que “um passe mais barato é mais salário e mais pensão ao fim do mês, é o melhor para a organização das cidades e é, definitivamente, o passe” necessário “para o ambiente e para combater as alterações climáticas”.
Catarina Martins lembrou, porém, que já começou a ser trilhado um caminho neste sentido.
“A primeira coisa que foi feita nesta legislatura foi reverter as privatizações dos transportes coletivos de Lisboa e Porto, foi muito importante, houve o investimento”, referiu.
Também em Lisboa, o acordo assinado (após as últimas eleições autárquicas) entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda para governação da cidade, assinala “expressamente mais autocarros para a Carris”, afirmou a responsável, vincando que “existem, têm sido repostos”.
Apontando ser necessário “fazer mais esforço”, Catarina Martins salientou que também o BE tem feito a sua parte.
“Temos apresentado no parlamento várias propostas sobre o aumento do investimento, nomeadamente na ferrovia”, afirmou.
A iniciativa de hoje destinou-se a “apelar às pessoas para usarem este direito que têm”, um “passe mais barato para usarem os transportes coletivos”.
“Estamos a informar sobre o preço dos passes. Estamos a fazer isto no resto do país, com informação adaptada a cada sítio”, disse Catarina Martins aos jornalistas.
A coordenadora nacional do BE transmitiu também a quem passava que o passe família “entra em vigor em julho” e que os preços especiais para idosos e jovens “também se mantêm”, uma vez que algumas pessoas “pensaram que iriam aumentar”.
Na opinião da responsável, “quanto mais gente quiser usar o transporte coletivo e quiser utilizar este passe único, maior será o investimento, é a democracia a funcionar”.
“E esta exigência de mais uso tem que levar a mais investimento. Aliás, hoje é notícia que este programa de redução tarifária está a aumentar o Orçamento, e está a aumentar o Orçamento porquê? Porque há mais exigência cidadã”, sustentou.
Catarina Martins referia-se à manchete do jornal Público de hoje, que dá conta de que o investimento no Programa de Apoio à Redução Tarifária teve um incremento de 32,4 milhões de euros desde que foi apresentado (há seis meses), contando agora com 117,5 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado.
A líder do BE considerou que “já não é só a Área Metropolitana de Lisboa, nem só Lisboa e Porto” a quererem aplicar esta medida, “há também Comunidades Intermunicipais [CIM] no resto do país a terem um programa e, portanto, aumenta este esforço de redução tarifária no país todo”.
Catarina Martins recordou ainda que “recentemente foi aprovado no parlamento, por proposta do Bloco de Esquerda” a “possibilidade de articulação entre CIM e Áreas Metropolitanas, para que viagens que as pessoas fazem pendulares, ou seja, para ir e vir ao trabalho todos os dias, mas que não são dentro só de uma área metropolitana ou só de uma CIM também poderem ter este desconto”.
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